Basta de palavras! Venham os actos!

Por Ricardo Florêncio

Não chegam apenas as palavras, as promessas, as análises todas enviesadas. Algo tem mesmo de mudar na legislação. Não é apenas esta greve. São todas as que afectam directamente e com muito impacto, a vida de milhões de pessoas. Esta greve dos motoristas não começa dia 12 de Agosto. Já começou há muito tempo. Desde há mais de três semanas que o País, as empresas, a economia, todos nós estamos reféns das consequências e implicações da existência, ou não, desta greve. Tudo parou! Nada mais é importante, nada mais se passa em Portugal, do que esta greve. Todas as restantes situações, problemas, planos, foram subalternizadas, com as suas análises e resoluções adiadas, por causa desta greve. Já chega! Conforme disse anteriormente, os direitos de uns têm limites quando colocam em causa os direitos dos outros. Tem de haver limites, outras formas de poderem apresentar as suas questões, as suas reivindicações, sem colocar em causa a vida das outras pessoas. E não venham com conversas ocas, de que isso é colocar em causa os direitos dos trabalhadores, pois estas greves assim desenvolvidas é que colocam em causa os direitos dos trabalhadores. 10 milhões de trabalhadores e cidadãos têm direitos que não podem ser colocados em causa, nem prejudicados. Se a Constituição Portuguesa prevê no seu articulado o direito à greve, também prevê em muito mais artigos os direitos dos cidadãos. E assim, espera-se que finalmente se procedam a alterações na legislação, e que se evitem estas situações de pânico e quase paranóia que se instalou na sociedade. Não estão em causa, as razões, os motivos, as reivindicações, justas ou não, destes trabalhadores. O que está em causa é o modo como é desenvolvida e que afecta milhões de pessoas.

Todos temos direitos!!!

Editorial publicado na revista Executive Digest nº 161 de Agosto de 2019