XXXV BARÓMETRO EXECUTIVE DIGEST: Luís Ribeiro, Novobanco
A análise de Luís Ribeiro, Administrador do Novobanco
O crescimento económico sustentado depende da capacidade do país em criar emprego, atrair investimento e gerar valor para todos os agentes económicos. Os resultados do Barómetro da Executive Digest mostram a preocupação que as empresas têm sobre estes três pilares bem como a visão sobre algumas dimensões fundamentais da realidade actual. Desde logo e no presente contexto quais os principais desafios para o governo saído das eleições de 10 de Março e quais deviam ser as prioridades em termos de reformas para que Portugal tenha um crescimento sustentável. No curto prazo acelerar a execução dos fundos europeus e promover o investimento são as duas áreas que se destacam e no que respeita a reformas estruturais precisamente dar prioridade ao crescimento económico, legislação fiscal e laboral, e educação, áreas chave para a atracção e desenvolvimento do capital humano, investimento e inovação. Num contexto nacional e internacional com elevada incerteza e instabilidade, com a necessidade de adaptação às alterações climatéricas, imperativo da sustentabilidade e com a evolução tecnológica, a capacidade de adaptação e inovação é fundamental para responder aos desafios que se apresentam e 47% das empresas participantes estima aumentar o seu investimento no primeiro semestre entre 2,5% e 10% face ao ano anterior com destaque para as áreas de tecnologia, marketing e recursos humanos. É mais uma vez visível a importância capital destes temas quando se pensa em como tornar o negócio mais competitivo e 44% das respostas são de criar uma estratégia de inovação e digitalização de longo prazo e 27% de melhorar as práticas de formação e retenção de talento. Um bom exemplo de mudança e que caracteriza a sociedade actual é quando reflectimos sobre os maiores influenciadores nos dias de hoje e 73% das respostas são as redes sociais quase a par com a comunicação social com 75% de respostas. Este factor é hoje evidente na forma de relacionamento pessoal, nos modelos de negócio e também nos quadros eleitorais em muitos países do mundo. Em termos dos macro indicadores de crescimento dos custos operacionais, associado em grande parte á inflação e crescimento económico para Portugal em 2024 o consenso é bastante alargado com 73% a preverem um crescimento no intervalo +2,5% a 10% (atrevo-me a dizer no limite inferior do mesmo) e com 80% a prever um crescimento do PIB entre 1% e 2% (aqui diria no limite superior). Para ao país, bem como para as empresas, a dinâmica populacional, a criação de emprego e a qualificação do mesmo, o investimento em infra-estruturas, em conhecimento e inovação são factores absolutamente críticos para um crescimento sustentável.
Testemunho publicado na edição de Abril (nº. 217) da Executive Digest, no âmbito da XXXV edição do seu Barómetro.