Violência doméstica é “desvalorizada” se agressor for mulher, concluem especialistas

A comunidade portuguesa mostra uma desvalorização da violência doméstica se o agressor não for um homem, mas sim uma mulher. Esta é a conclusão da Equipa de Análise Retrospetiva de Homicídios em Violência Doméstica (EARHVD).

Segundo o ‘Jornal de Notícias’ (JN), em causa está o caso de Luís Rodrigues, de 21 anos, que foi agredido, perseguido e humilhado pela namorada. Apesar da família e amigos saberem, não conseguiram evitar a sua morte, em outubro de 2017.

“O facto de ser o elemento do sexo feminino aquele cujo comportamento era claramente abusivo e de controlo poderá ter contribuído para a sua relativização e perceção como aceitável”, resumem os investigadores no relatório, citado pelo jornal.

O mesmo documento revela ainda que o comportamento da rapariga não foi “entendido como de risco para um cenário de vitimização mais severa ou mesmo de homicídio, como acabou por suceder”.

“É bem evidente neste caso a desvalorização, na rede familiar e social, da violência psicológica que B exercia sobre A, o que ocorre sobretudo quando é perpetrada por uma mulher”, lê-se.

A EARHVD acrescenta: “Mesmo tendo conhecimento e assistido a manifestações inequívocas de controlo, violação da privacidade, ciúme e abuso emocional, o que sempre prevaleceu foi o discurso desculpabilizador tendo por base a romantização do ciúme e até mesmo a sua valorização como expressão de afeto”.

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