Viagens: CEO da Ryanair diz que o tempo dos bilhetes a 10 euros acabou
O diretor-executivo da companhia aérea de baixo custo Ryanair alerta que os preços dos seus voos vão subir durante os próximos anos. Michael O’Leary afirma que os voos a 10 euros vão passar a ser coisa do passado.
Em declarações à ‘BBC’, o empresário irlandês conta que a tarifa média de 40 euros subirá para 50 euros ao longo dos próximos cinco anos, justificando as subidas com o aumento do preço do combustível. “Não creio que voltemos a ter voos a 10 euros, porque os preços do petróleo estão significativamente mais altos devido à invasão russa da Ucrânia”, sustenta.
Contudo, O’Leary mostra-se confiante de que as pessoas continuarão a voar através da Ryanair, à medida que procuram alternativas a preços mais baixos, comparativamente com outras linhas aéreas, ao invés de diminuírem o número de viagens que fazem.
“Pensamos que as pessoas continuarão a voar frequentemente”, salienta O’Leary, explicando que “as pessoas estarão mais atentas aos preços e, por isso, a minha visão é que milhões de pessoas procurarão alternativas mais baratas”.
Apesar de o tráfego aéreo representar cerca de 2,4% do volume total global de emissões de dióxido de carbono, o CEO da Ryanair aponta que os transportes rodoviários e marítimos são maiores poluidores, explicando, contudo, que a empresa está a investir em aeronaves que sejam mais eficientes.
Sobre os problemas e inúmeros voos cancelados que se têm observado em vários aeroportos na Europa, devido à falta de trabalhadores para dar resposta aos elevados números de viajantes que querem recuperar o tempo perdido durante os confinamentos, O’Leary diz que a Ryanair conseguiu lidar com a crise melhor que a concorrência, muito devido aos processos de recrutamento de tripulantes lançados em novembro do ano passado.
Nos primeiros seis meses do ano, a Ryanair cancelou 0,3% dos seus voos, comparando com os 3,5% da British Airlines e dos 2,8% da Easyjet.
Michael O’Leary culpa o governo britânico e o Brexit pelo caos que se observou nos aeroportos no Reino Unido, apontando as responsabilidades ao Primeiro-ministro demissionário Boris Johnson e a “outros idiotas ambiciosos”.
“Se tivesse havido mais honestidade, ou qualquer honestidade, por parte do governo de Boris Johnson, teriam admitido que o Brexit tem sido um desastre para o movimento livre de trabalhadores”, acusa.