União Europeia quer criar tecnológica para rivalizar com China e EUA

De acordo com um documento analisado pelo Financial Times, a União Europeia está a planear um investimento de cerca de 100 mil milhões para um “Fundo de Futuro Europeu”. Este consistirá numa aposta em setores estratégicos onde a Europa irá enfrentar alguns rivais globais que atualmente dominam o mercado, como são os casos norte-americanos, da Apple, da Google ou da Amazon, e chineses, com a Alibaba à cabeça.

Ora, as autoridades da UE preparam-se para apresentar a Ursula von der Leyen, que assume a presidência da Comissão Europeia a 1 de novembro, o plano de um fundo de fortunas. Este projeto trata-se da resposta mais ousada de Bruxelas aos pedidos da França e da Alemanha para que a Europa desenvolvesse ferramentas agressivas de política industrial, que protejam as empresas europeias de uma concorrência desleal.

Esta iniciativa surge devido ao facto de as empresas, que não pertencem à EU, terem “meios financeiros sem precedentes”, o que lhes confere “o potencial de obliterar a posição dinâmica e industrial de inovação existente da indústria da UE em certos setores”. O documento cita, ainda, os gigantes da tecnologia dos EUA conhecidos como “Gafa” (Google, Apple, Facebook e Amazon) e “Bat” (Baidu, Alibaba e Tencent) da China como as empresas que compraram potenciais rivais e agora “gerem a agenda digital global”.

Como tal, e porque a Europa não possui nenhuma dessas empresas, a EU, segundo o mesmo documento, faz uma leitura geoeconómica em que “isso representa um risco para o crescimento, empregos e para a influência da Europa nos principais setores estratégicos”. Von der Leyen deverá apoiar este plano depois de, no discurso de aprovação da nomeação para presidente da Comissão Europeia, ter prometido que a sua comissão “investirá na inovação e pesquisa, para redesenhar a economia e atualizar a política industrial europeia”.