“Um traidor é um traidor”: pai do piloto russo assassinado em Espanha após desertar acusa filho de ter agido “como Judas”

O pai do piloto que abandonou o exército russo no ano passado garantiu não ter ficado surpreendido pela morte do filho, a quem chamou de “Judas”, dias depois de a polícia ter encontrado o seu corpo, morto a tiro, em Espanha.

Maksim Kuzminov desertou da Rússia em agosto de 2023, pilotando o seu helicóptero Mi-8 da linha de frente para a Ucrânia, rendendo-se às autoridades de Kiev – foi encontrado morto na cidade espanhola de Villajoyosa, perto de Alicante, no passado dia 13, onde viveria sob uma identidade falsa.

Oleg Sivaev, pai de Kuzminov, garantiu, em declarações aos media russos, não ter ficado surpreendido. “É claro que esperava que isso acontecesse”, frisou, garantindo que não via o seu filho desde 2023. “Um traidor é um traidor.”

“Senti que ele se comportou como um Judas e, ao mesmo tempo, sinto pena dele por ter se trocado por alguns trocados. Traiu a sua pátria e os seus entes próximos”, frisou, acrescentando que também sentiu pena de sua tripulação.

As autoridades espanholas estão a investigar a morte de Kuzminov, mas até agora ofereceram poucas informações. A porta-voz do Governo, Pilar Alegría, não respondeu a perguntas sobre se Kuzminov estava sob proteção policial espanhola, dizendo que o caso estava “sob investigação”.

Mas fontes dos serviços de inteligência espanhóis disseram ao jornal espanhol ‘El País’ que não sabiam que Kuzminov estava em Espanha, pois não foram informados da sua chegada. Fontes dos serviços de inteligência espanhóis acusaram o Kremlin de orquestrar o assassinato com homens armados contratados.

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