Um quarto dos professores não concorreu ao novo concurso do Ministério da Educação: muitos podem ser obrigados a lecionar longe de casa

O Ministério da Educação abriu 8.223 vagas ao abrigo das novas regras do concurso de professores, das quais deverão ficar ocupadas 75%, revelou esta terça-feira o jornal ‘Expresso’: houve 6.159 docentes que se apresentaram no novo concurso. Houve no entanto 2 mil que reuniam as condições para se candidatar mas não o fizeram.

As novas regras para a vinculação dinâmica de professores foram alvo de muita contestação dos sindicatos, com receio de que possa obrigar muitos professores no próximo ano a dar aulas longe de casa – em causa está a obrigação de, em 2024, todos os que entrarem nos quadros por via desta vinculação dinâmica terem de concorrer para o ano a escolas de todo o país.

Ou seja, as vagas que vão ocupar já em setembro são provisórias e podem não ser as mesmas em que ficarão a dar aulas após o concurso obrigatório de 2024. Assim, que ficar numa escola do norte, perto da residência, pode vir a ser colocado no Algarve. Quem não aceite, pode ficar impedido de concorrer durante algum tempo. Para quem se vincular numa área longe da residência dispõe dos concursos anuais para tentar ficar mais perto de casa. Essa condições levou os sindicatos a considerar a nova proposta “um presente envenenado”.

Aos professores ao abrigo do mecanismo da “norma travão”, houve 2.401 vagas abertas, ao qual concorreram 2.393 professores, 99% das vagas. Assim, das 10.624 vagas abertas em quadros da zona pedagógica, 80% deverão ficar preenchidas no final dos dois concursos, num total de 8.552 docentes.