Autoridades portuguesas em alerta com surgimento de movimentos antissistema com “potencial de violência”

As autoridades portuguesas alertam para o surgimento de movimentos antissistema que representam uma ameaça potencial de violência, conforme indicado no mais recente Relatório Anual de Segurança Interna (RASI). Estes movimentos, impulsionados por teorias da conspiração, desafiam as autoridades democraticamente eleitas, incitando à desobediência civil e à agitação social.

O ressurgimento dos movimentos de extrema-direita é destacado no relatório, noticia o Expresso, especialmente após vários anos de estagnação. Segundo o RASI, há um agravamento da ameaça representada por setores da extrema-direita, que retomaram a sua atividade e promovem ações de rua e outras iniciativas propagandísticas.

O crescimento da extrema-direita, sobretudo entre as gerações mais jovens, é atribuído, em parte, ao esforço desenvolvido na esfera virtual, no mundo da Internet e das redes sociais. O relatório menciona a influência dos ‘aceleracionistas’, radicalizados pela exposição à propaganda, ao universo violento dos jogos online e ao contato com militantes de outras regiões, alguns associados a células ou grupos terroristas.

A conjuntura internacional, marcada pela invasão da Ucrânia e pela crise no Médio Oriente, é apontada como um facilitador para “o desenvolvimento de processos de radicalização com propensão para a violência, que poderão resultar na execução de ataques terroristas, não estando Portugal imune a este fenómeno”. O relatório destaca ainda o papel das redes sociais “na disseminação de conteúdos extremistas que, em última análise”, que podem contribuir para o desenvolvimento desses processos.

Apesar da deteção de casos pontuais de apologia ao Hamas e de reações hostis à profanação do Corão, o RASI enfatiza que não existem grupos terroristas em Portugal.

“Em Portugal não existe nenhuma organização ou grupo classificado como organização terrorista”, assinala o relatório.

No entanto, as autoridades identificam estruturas de facilitação para esquemas de branqueamento de capitais, que podem ser utilizadas em esquemas de evasão de sanções internacionais.

Com o reforço das sanções devido à agressão russa à Ucrânia e ao conflito no Médio Oriente, há um aumento das tentativas de aquisição de bens de duplo uso no território nacional, recorrendo a entidades e países terceiros como forma de camuflar o destino final das mercadorias.

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