Ucrânia: Zelensky pede ao Ocidente para fechar fronteiras a todos os cidadãos russos
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, acredita que a única forma de garantir que a Rússia não possa conquistar mais território à Ucrânia é impedir que os cidadãos russos possam viajar para países ocidentais.
Ao ‘The Washington Post’, o líder ucraniano salienta que “as sanções mais importantes são fechar as fronteiras, porque os russos estão a tomar a terra de outras pessoas” e que os russos deveriam “viver no seu próprio mundo até mudarem a sua filosofia”.
Alguns observadores defendem que uma abordagem que procure punir todos os cidadãos russos, e não apenas os que tenham ligações ao regime de Vladimir Putin, seria injusta e que teria sérios impactos sobre aquelas pessoas que deixaram a Rússia por discordarem com a atuação do Kremlin sobre a Ucrânia.
Contudo, Zelensky mostra-se indiferente a esse argumento, e ao mesmo jornal diz: “Qualquer que seja o tipo de russo, façam-nos regressar à Rússia”, e acrescenta que toda a população da Rússia deve ser responsabilizada pelas atuações de Putin contra o país vizinho.
“A população escolheu esse governo e não está a combatê-lo”, critica o líder ucraniano, sugerindo que a falta de demonstrações de descontentamento e de oposição da população russa contra Putin é sinal de conivência com as ações do Kremlin.
Zelensky frisa que a “a única forma de influenciar Putin” é isolar a Rússia, o que passará por concentrar todos os cidadãos russos nesse país e cortar-lhes o acesso ao resto do mundo.
Numa altura em que as administrações militares do Kremlin nas regiões de Kherson e Zaporíjia estão a planear realizar referendos para legitimar a ocupação desses territórios e anexá-los à Rússia o Presidente da Ucrânia garante que qualquer anexação deitaria por terra a possibilidade de poderem existir negociações de paz com Putin.
As administrações russas nessas duas regiões tinham já sugerido que os referendos poderiam acontecer já em setembro, com vários observadores a defenderem que será um ato manipulado pelo Kremlin e uma mera simulação democrática. Contudo, Zelensky acredita que esses atos poderão acontecer mais cedo do que o esperado, numa altura em que as forças ucranianas preparam contraofensivas nessas duas regiões.