Tumultos em França: Casa de autarca lusodescendente invadida e vandalizada por manifestantes

Uma das vítimas da onda de violência que se espalhou por França, na sequência do caso da morte do jovem Nahel, de 17 anos, às mãos da polícia, em Nanterre, tem um nome bem português.

Filipe Ferreira-Pousos, presidente da Câmara de La Riche, é lusodescendente e foi um dos autarcas que viu a sua casa invadida e vandalizada por elementos que participavam nos protestos violentos, que já levaram à detenção de mais de 700 pessoas.

O jardim da casa do autarca de origem portuguesa foi invadido no fim de semana, na madrugada de sábado para domingo, segundo revelou o próprio ao jornal ‘La Nouvelle’.

Terá sido um grupo de sete pessoas, de madrugada, a entrar nos terrenos da casa de Filipe Ferreira-Pousos. Prontamente atearam fogo ao automóvel do autarca, que agiu rápido.

Conseguiu expulsar os manifestantes e, com recurso a uma mangueira de jardim, conseguiu extinguir o incêndio.

O autarca diz estar “a tentar gerir a situação”, mas admite que “não é fácil”. “Dormi pouco”, adianta ao mesmo jornal francês.

Na mesma noite, o presidente da Câmara de L’Hay-les-Roses também viu a sua casa, nos subúrbios de Paris, invadida. Vincent Jeanbrun viu os manifestantes avançarem com um carro em chamas contra a sua habitação. O autarca não estava em casa na altura do ataque, mas a sua mulher e os dois filhos, de cinco e sete anos, estavam no interior.

Na fuga, a mulher e um dos menores dicaram feridos. As autoridades abriram uma investigação ao caso por crime de tentativa de homicídio.

1300 edifícios danificados, 5700 viaturas destruídas e milhões em prejuízos
Segundo balanço do Ministério do Interior feito esta segunda-feira, os tumultos em França deixaram um rasto de destruição que já conta com mais de 1300 edifícios danificados, 5700 viaturas incendiadas e destruídas e lagos milhões de euros em prejuízos.

Desde 27 de junho, foram detidas mais de 3300 pessoas por envolvimento nos tumultos e episódios de violência. Nos confrontos com os elementos que participavam nos protestos, mais de 700 membros das forças policias e de segurança ficaram feridos e um bombeiro morreu na noite de domingo para segunda-feira.

Contam-se também mais de 20 milhões de euros em prejuízos relacionados com danos nos transportes públicos, como comboios e autocarros, e em infraestruturas.

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