“Tentaram prender uma ideia, mas uma ideia não se prende”, diz Lula
No primeiro discurso em liberdade, à saída da sede da Polícia Federal de Curitiba, o ex-presidente Lula da Silva dirigiu-se aos militantes do PT que, durante a sua prisão, mantiveram uma vigília no exterior do edifício.
“Todo o dia vocês eram o alimento da democracia que eu precisava para resistir à safadeza que o lado podre do Estado brasileiro fez comigo e com a sociedade brasileira. O lado podre da justiça, do Ministério Público, da Polícia Federal, da Receita Federal, para tentar criminalizar a esquerda, o PT [Partido dos Trabalhadores], o Lula”, declarou Luiz Inácio Lula da Silva.
E continuou: “Eles não prenderem um homem eles tentaram prender uma ideia mas uma ideia não se prende”. “Essa quadrilha, [o ministro Sergio] Moro, [o procurador Deltan] Dallagnol e outros se os colocarem todos no liquidificador não dá 10% da honestidade que eu represento”.
Apesar das duras palavras dirigidas aos responsáveis pela sua condenação, Lula garantiu sair da prisão sem ódio: “O amor vai vencer neste país.”
O ex-Presidente deixou ainda algumas promessas: “Vou lutar para melhorar a vida do brasileiro, que está uma desgraça, e não vou permitir que esta gente entregue o nosso país”. Para Lula, “o país vai melhorar quando tiver um presidente que não minta tanto como o Bolsonaro mente pelo twitter”.
No final do discurso, o ex-presidente, seguiu para São Bernardo do Campo, sede do Sindicato dos Metalúrgicos que presidiu, e de onde, em abril de 2018, partiu para a prisão. No caminho, partilhou um vídeo nas redes sociais.
Lula da Silva saiu hoje em liberdade, cerca das 20:40 em Lisboa, após o Supremo Tribunal Federal brasileiro (STF) ter decidido anular prisões em segunda instância, como era o caso do antigo chefe de Estado, preso desde abril de 2018.
A decisão de libertar Lula da Silva foi tomada hoje pelo juiz Danilo Pereira, da 12.ª Vara Criminal Federal de Curitiba, que aceitou o pedido da defesa do antigo Presidente do Brasil e autorizou a sua saída da sede da Polícia Federal de Curitiba, onde esteve preso durante um ano e sete meses.