‘Tempestade Perfeita’: Ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira fez concurso público para si próprio

O ex-secretário de Estado da Defesa Marco Capitão Ferreira, um dos principais arguidos na operação ‘Tempestade Perfeita’ escreveu o convite e o caderno de encargos do concurso público por convite do Ministério da Defesa, em março de 2019, que ele próprio venceu, para a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN).

Capitão Ferreira era, desde início, o escolhido pela DGRDN. O caso é relatado pelo Correio da Manhã, que adianta que o contrato, no valor de 61 500 euros brutos, foi acordado em fevereiro de 2019, um mês e meio antes da assinatura e da execução, em apenas cinco dias.

A forma como Capitão Ferreira foi contratado para assessorar a negociação do contrato de manutenção dos helicópteros EH-101 é detalhada em emails que fazem parte das provas da investigação, trocados entre Paulo Branco e Alberto Coelho, outro dos arguidos, e que na altura era diretor da DGRDN.

“Caso concorde com o presente planeamento, pedia-lhe o favor de partilhar connosco um modelo das peças [jurídicas] necessárias ao procedimento de consulta prévia”, indicava Paulo Branco, funcionário da DGRDN num email enviado ao ex-secretário de Estado.

“Sendo de fazer [o concurso] por consulta prévia a 3 [pessoas], não vê vantagem em fazer por aí a totalidade do montante? Em todo o caso, envio ainda amanhã convite e caderno de encargos.”, indicava noutro email Capitão Ferreira.

O ex-secretário de Estado é investigado também num processo autónomo ao da Tempestade Perfeita, sendo que Alberto Coelho e Paulo Branco são também visados último processo, que tem um total de 73 arguidos acusados pelo Ministério Público, e que investiga vários crimes, incluindo corrupção, na derrapagem nos custos das obras de reabilitação do antigo Hospital Militar de Belém.

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