Taxas mais elevadas e dívida a subir não colocam em causa crescimento do país, diz Diretor de Investimentos do Banco Carregosa

Portugal colocou esta quarta-feira 915 milhões de dívida de longo prazo, sendo 397 milhões em obrigações do tesouro a 9 anos e 518 milhões, em obrigações do tesouro a 12 anos. Na emissão a 9 anos a yield de colocação foi de 3,549% e na de 12 anos foi de 3,744%.

Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa, explica que as taxas obtidas estão em máximos históricos dos últimos 6 anos e estão bem acima das obtidas nos leilões anteriores.

“As taxas de juro têm vindo a ter uma trajetória ascendente e ajustadas às expetativas que o mercado vai fazendo relativamente às subidas que se esperam por parte do Banco Central Europeu. Apesar de Portugal estar com taxas mais elevadas e assistir o custo do serviço da dívida a subir, tal não tem sido percecionado pelo mercado como algo que coloque em causa o crescimento do país, algo que é possível verificar pelo spread que temos versus a Alemanha e que se tem mantido estável e nos mínimos dos últimos meses”, explica Filipe Silva.

Em 08 de fevereiro, Portugal colocou 1.000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro (OT), montante máximo indicativo, a 10 anos à taxa de juro de 3,172%, inferior à do anterior leilão comparável realizado em outubro do ano passado, com a procura a atingir 2.335 milhões de euros, 2,34 vezes o montante colocado.

Também neste ano, em 05 de janeiro, Portugal colocou na primeira venda sindicada 3.000 milhões de euros em Obrigações do Tesouro com vencimento em 18 de junho de 2038 (cerca de 15 anos) à taxa de juro de 3,689%, de acordo com o IGCP. A procura superou 17.900 milhões de euros, quase 5,9 vezes o montante colocado.

Portugal coloca 915 milhões de euros em dívida a 9 e a 12 anos a juros superiores a 3,5%

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