Super-ricos devem existir, mas devem pagar mais impostos, defende Bill Gates
Durante a sessão anual de Bill Gates no ‘Ask Me Anything’ da rede social Reddit, o cofundador da Microsoft fez algumas declarações polémicas que são sempre importantes destacar tendo em conta a sua posição como um dos homens mais ricos do mundo.
Enquanto respondia a questões sublinhou que os super-ricos deviam pagar impostos cada vez mais altos e doar toda a sua riqueza, mas enfatizou que ninguém deve deixar de se tornar um multimilionário.
“Acho que o incentivo para criar novas empresas ainda é uma coisa boa. Mesmo que os impostos subam, não proibiria alguém de ser multimilionário, mas isso é apenas uma opinião. Tive muita sorte”, sublinhou.
Embora apoiasse a ideia de os super-ricos pagarem mais impostos, Gates defendeu o que o setor privado e as motivações financeiras pessoais podem afetar o mundo enquanto este enfrenta desafios “existenciais” e é para isso que trabalha a sua fundação, Fundação Bill e Melinda Gates (Bill & Melinda Gates Foundation).
Esta ideia de que os milionários devem ter uma intervenção social não é nova e por isso através da fundação, Gates propõe soluções para as mudanças climáticas, as lacunas na educação e a falta de acesso a cuidados médicos, promovendo um modelo de “filantropia multimilionária”.
Sobre os impostos, referiu ainda, que os multimilionários poderiam “aceitar” serem controlados por impostos mais altos, acrescentando que estava “surpreendido” que os impostos não tivessem aumentado ainda mais, embora reconhecesse que “as coisas estão difíceis” para muita gente.
“Estou surpreendido que os impostos não tenham aumentado mais. Por exemplo, as taxas de ganhos de capital podem ser iguais às taxas de renda comuns . Sei que as coisas estão difíceis para muitas pessoas”, escreveu.
Recorda-se que Gates anunciou no ano passado que planeia deixar praticamente todos os seus bens à sua fundação, com o objetivo de eventualmente sair da lista das pessoas mais ricas do mundo.
Em 2010, Gates iniciou o “Giving Pledge” com sua agora ex-mulher Melinda French Gates e Warren Buffett. A promessa, que começou com 40 participantes, pede aos multimilionários que a assinam que “se comprometam publicamente a doar a maior parte de sua riqueza à filantropia, seja durante a sua vida ou nos seus testamentos”. Em junho de 2022, o projeto recebeu 236 compromissos de 28 países.