‘Star Wars’ da vida real: China diz ter criado arma inspirada na Estrela da Morte para eliminar satélites inimigos
Tal como o Império em Guerra das Estrelas, que construíra uma estação de combate capaz de destruir planetas, cientistas chineses afirmam ter criado uma “Estrela da Morte” da vida real. Esta poderosa arma, baseada na emissão de micro-ondas, terá a capacidade de inutilizar satélites inimigos em órbita, gerando uma ameaça real para sistemas de comunicação e navegação críticos em caso de conflito.
Inspirando-se em ficção científica, a tecnologia envolve a convergência de pulsos de micro-ondas num único e potente feixe de energia, capaz de atingir alvos com uma precisão de tempo de apenas 170 biliões de triliões de segundos – um nível de sincronização que ultrapassa até a precisão de relógios atómicos avançados, como os dos satélites GPS. Segundo um relatório do South China Morning Post, esta nova arma espacial pode não ter o poder para destruir planetas, mas poderá, de facto, perturbar de forma significativa as operações de satélites inimigos.
De acordo com estudos de fontes académicas chinesas, este sistema utiliza um conjunto de sete veículos que emitem micro-ondas e que se alinham estrategicamente numa grande área para formar uma onda única, coordenada para um ataque devastador. Embora os detalhes técnicos permaneçam classificados, os cientistas afirmam ter superado as limitações típicas de armas de micro-ondas, tais como problemas de potência, ao conseguirem “combinar” múltiplos pulsos numa única onda.
Para garantir que o feixe de energia concentra-se com precisão, os veículos estão conectados através de cabos de fibra ótica, o que permite atingir uma sincronização temporal sem precedentes – uma precisão de apenas 10 triliões de segundos numa distância de 1.800 quilómetros. O sistema também integra dispositivos de posicionamento a laser para uma navegação ao milímetro, permitindo que um centro de comando móvel emita ordens de ataque, coordenando a emissão simultânea de todos os sete veículos.
Os criadores da arma referem que a combinação dos feixes de micro-ondas resulta num efeito de “1+1>2”, sugerindo que o poder total supera a simples soma das potências dos feixes individuais. Para se ter uma ideia, um feixe com apenas um gigawatt de potência seria capaz de causar danos substanciais em satélites na órbita terrestre, interrompendo circuitos e sistemas eletrónicos.
A nova fronteira das armas de energia direta
Nos últimos anos, as potências militares têm apostado em armas de energia direta, como lasers e micro-ondas, que atacam diretamente o alvo sem necessidade de projéteis ou explosivos. As armas laser, como o Dragonfire britânico, já mostraram ser eficazes, conseguindo derrubar drones e atingir alvos com extrema precisão. No entanto, as armas de micro-ondas operam de modo distinto – em vez de perfurar alvos, como os lasers, emitem rajadas de radiação eletromagnética intensa que desativam circuitos elétricos.
Estas armas de micro-ondas foram testadas contra pequenos alvos, como drones, com sucesso. Nos Estados Unidos, o sistema THOR da Força Aérea conseguiu neutralizar enxames de drones, provando a eficácia das armas de micro-ondas em cenários de curta distância. Contudo, a extensão e a precisão destas armas têm sido, até agora, um desafio. A nova arma chinesa poderá ultrapassar esta limitação, oferecendo uma solução de longo alcance.
A necessidade deste tipo de tecnologia tem crescido à medida que os exércitos dependem cada vez mais dos satélites para comunicações, vigilância e orientação de mísseis, além de monitorização de tropas e operações no solo. A destruição ou inativação de satélites inimigos representa, assim, uma potencial vantagem tática em conflitos, podendo impedir a coordenação e a eficácia dos movimentos militares do inimigo. Recentemente, os EUA revelaram um novo sistema de interferência de satélites, capaz de cortar comunicações de forças adversárias no início de um conflito.
Potencial de aplicação militar e preocupações de escalada
Desenvolvida pelo Instituto de Investigação em Navegação de Xian, sob o Grupo de Tecnologia Eletrónica da China, esta “Estrela da Morte” em versão terrestre continua a suscitar interesse, embora o governo chinês mantenha os detalhes sob sigilo. Tal como em Guerra das Estrelas, onde o império usava a Estrela da Morte para consolidar o seu poderio galáctico, a China poderá utilizar esta arma para reforçar a sua posição estratégica no espaço.
Apesar de ser uma inovação de ponta, o momento e a viabilidade para implementação deste sistema permanecem incertos. Observadores internacionais alertam que, embora se trate de um avanço tecnológico, a sua aplicação poderá fomentar uma nova corrida armamentista espacial, onde as superpotências procuram dominar o controlo das infraestruturas críticas que orbitam a Terra.
Numa altura em que os sistemas de satélites são a espinha dorsal das operações militares e civis, a crescente militarização do espaço e o desenvolvimento de armas antissatélites levanta preocupações quanto à segurança global e à escalada de tensões entre potências. A questão que se coloca agora é se estas “Estrelas da Morte” modernas, em vez de trazerem segurança, poderão lançar o mundo num novo capítulo de conflito tecnológico.