Serviços secretos dos EUA discutiram possibilidade de envenenar Julian Assange, diz testemunha

Planos para envenenar ou raptar Julian Assange na embaixada do Equador, em Londres, foram discutidos entre fontes dos serviços secretos norte-americanos e uma empresa de segurança privada, que espiou extensivamente o co-fundador do WikiLeaks, informou uma testemunha a um tribunal do Reino Unido.

Detalhes da alegada operação de espionagem contra Assange e qualquer pessoa que o visitou na embaixada foram apresentados esta quarta-feira no seu caso de extradição, de acordo com um ex-funcionário de uma empresa de segurança espanhola, UC Global.

Microfones foram ocultados para monitorizar as reuniões de Assange com advogados, a sua impressão digital foi obtida a partir de um copo e houve mesmo uma conspiração para obter uma fralda de um bebé que tinha sido trazido em visitas regulares à embaixada, de acordo com a testemunha, cujas provas assumiram a forma de uma declaração escrita.

O anonimato foi concedido esta terça-feira ao antigo funcionário e a outra pessoa que tinha estado envolvida com a UC Global, após terem dito na audiência de extradição, que temiam que o fundador e director da UC Global, David Morales, ou pessoas próximas, pudessem procurar prejudicá-los.

Os detalhes das testemunhas escritas foram lidos no tribunal Old Bailey, em Londres, na quarta-feira por Mark Summers QC, um dos advogados de Assange, que está a lutar contra a extradição para os Estados Unidos sob acusações relacionadas com fugas de documentos classificados alegadamente expondo crimes de guerra e abusos dos EUA.

Julian Assange foi o fundador do portal da Internet WikiLeaks, conhecido em 2010, altura em que se divulgou um vídeo onde apareciam soldados americanos a disparar contra civis no Médio Oriente. O domínio “leaks.org” estava registado desde 1999, mas só em 2006 é que nasceu o Wikileaks.

O activista está na prisão de alta segurança de Belmarsh desde Abril do ano passado. Foi detido por agentes britânicos, logo depois de o Presidente equatoriano Lenín Moreno retirar-lhe o asilo diplomático que tinha desde 2012 na embaixada do Equador.

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