Se tivesse de regressar ao escritório a full-time despedia-se? 64% dos trabalhadores diz que sim

Com os progressivos levantamentos das restrições de combate à pandemia de Covid-19, o teletrabalho, apesar de não desaparecer, começa a ceder o lugar a modelos híbridos, em que os trabalhadores devem estar presentes nos escritórios alguns dias por semana, estando os restantes em casa. Contudo, algumas empresas preferem o modelo de trabalho pré-pandemia e pedem aos trabalhadores que regressem aos escritórios a tempo inteiro. Mas será que estão dispostos a isso?

O estudo “People at Work 2022: A Global Workforce View”, do ADP Research Institute, revela que 64% dos trabalhadores consideraria – ou já o chegaram mesmo a fazer – despedir-se do atual emprego se fosse obrigado a regressar em pleno ao escritório. Os trabalhadores entre os 18 e os 24 anos de idade são os que mostram ser mais relutantes em voltar ao “velho normal”.

A pandemia trouxe novas formas de encarar o trabalho e parece que muitas delas vieram mesmo para ficar, trazendo uma nova dinâmica para a relação entre empregado e empregador, que terão que aprender a jogar de acordo com as novas regras.

Contudo, o estudo demonstra que cerca de metade dos trabalhadores estão dispostos a abrir mão do teletrabalho em prol de um modelo híbrido, e estariam dispostos a abdicar de até 11% do salário por esse regime misto.

À ‘CNBC’, Nela Richardson, uma das autoras do estudo, explicou que “é agora claro que o trabalho híbrido e o desejo por flexibilidade depois de dois anos de trabalho a partir de casa não vão desaparecer – na realidade, essa vontade está a crescer”.

No que toca à exigência de mais flexibilidade, o foco surge mais intensamente sobre o “quando” do que sobre o “onde”, preferindo os trabalhadores ter mais controlo sobre o seu tempo de trabalho e um maior equilíbrio com a vida pessoal.

O estudo realça que os trabalhadores estão a repensar, mais do que nunca, o que pretendem do trabalho e da vida, colocando mesmo em cima da mesa a possibilidade de abandonar um emprego caso este não lhes permita uma vida mais adequada às suas exigências de flexibilidade e de vida pessoal, fortalecidas durante o período pandémico do teletrabalho.

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