Santa Casa da Misericórdia: Ana Jorge lamenta a “forma rude, sobranceira e caluniosa” como Governo justifica a sua exoneração

Ana Jorge mostrou-se surpreendida pela exoneração promovida pelo Governo. Numa carta aos colaboradores da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, divulgada pela ‘SIC Notícias’, a provedora reconheceu que foi com “surpresa” que soube da demissão, assegurando ter sido “uma honra”, apesar de “11 meses muito dutos, em que claramente avançámos rumo à sustentabilidade financeira, e, mais importante, no compromisso social que assumimos com milhares de pessoas”.

“Pelo trabalho desenvolvido em tão pouco tempo e pelo plano de reestruturação sólida que desenhámos e queríamos implementar”, Ana Jorge frisou que não se sente “triste”, embora tenha criticado a “forma rude, sobranceira e caluniosa” como o Ministério do Trabalho justificou a sua exoneração.

“Sempre achei e hoje mais do que nunca, que em política, tal como na vida, não vale tudo. Mas, enfim, a seu tempo e em sede própria, contarei a minha verdade, que é a verdade de quem serviu a SCML com a mesma entrega e espírito de missão com que desempenhei as várias funções públicas e cívicas ao longo da minha vida”, refere a missiva.

Na passada segunda-feira, o Governo anunciou ter exonerado “com efeitos imediatos” a administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.

Já esta terça-feira, o executivo de Luís Montenegro acusou a provedora exonerada da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e os elementos da Mesa de “atuações gravemente negligentes” que afetaram a gestão da instituição, justificando desse modo a exoneração.

De acordo com o despacho esta terça-feira publicado em Diário da República (DR), que, no caso de Ana Jorge é assinado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, e pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Maria do Rosário Ramalho, toda a atual equipa de gestão da SCML termina as funções a partir desta terça-feira.

Ana Jorge tomou posse em 2 de maio de 2023, escolhida pelo anterior Governo socialista de António Costa, e herdou uma instituição com graves dificuldades financeiras, depois dos anos de pandemia e de um processo de internacionalização dos jogos sociais, levado a cabo pela administração do provedor Edmundo Martinho, que poderá ter causado prejuízos na ordem dos 50 milhões de euros.

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