Saiu a ‘lotaria’ à Noruega: Um dos países mais ricos da Europa acaba de descobrir o maior depósito de fosfato do mundo
Com vários países em competição geopolítica a Europa é também caracterizada pela não-abundância de recursos naturais, e que põe territórios em disputa entre si. No entanto, a Noruega é exceção, e aquele que é um dos países mais ricos da europa acaba de aumentar a sua fortuna, já que descobriu no seu território aquele que será o maior depósito de fosfato de rocha do mudo.
A Noruega conta com reservas generosas de petróleo, gás natural e de metais como ferro, cobre, chumbo, zinco titânio ou níquel, tem grandes florestas que asseguram fornecimento de madeira e o país tem uma topografia ideal para a construção de centrais hidroelétricas, tanto que produz 96% da eletricidade que consome, para além de ter uma enorme costa virada ao mar, com rico ecossistema marinho.
Para um país que parece ter acertado todos os números do Euromilhões, na semana passada acertou também nas duas estrelas.
A empresa anglo-norueguesa Norge Mining anunciou que o depósito de rocha fosfática que tinha sido descoberto recentemente afinal é muito maior do que se esperava.
De acordo com o que adianta, terá no seu interior no mínimo 70 mil milhões de toneladas deste recurso, o que significa que é mais do que a soma de todas as reservas algumas vez encontradas até hoje em todo o mundo.
A rocha fosfática é de extrema importância, pois permite a produção de fósforo, um dos recursos mais importantes (e mais procurados) do planeta, essencial nas indústrias de produção de fertilizantes e com aplicação em tecnologias renováveis, como painéis solares e baterias de fosfato de ferro e lítio.
Vários cientistas e especialistas já apontaram para uma verdadeira ‘calamidade’ com a escassez deste elemento, já que não pode ser feito em laboratório, apenas extraído de rochas ricas em fosfato.
Os depósitos deste elemento eram muito limitados no planeta, e até agora estavam na sua esmagadora maioria, concentrados em Marrocos, o ‘campeão’ de reservas de fósforo, com 50 mil milhões de toneladas de fosfato rochoso no país, 90% do que era encontrado em todo o mundo.
O depósito foi originalmente descoberto em 2018, mas as escavações e perfurações continuaram até que, ao atingirem ume profundidade de 4500 metros, esta semana, surgiu o anúncio de que as reservas seriam exponencialmente superiores ao que inicialmente se previa.
Pela frente, antes de poder gozar dos lucros que trará esta novo oportunidade de negócio, a Noruega terá ainda de aferir se as reservas são viáveis para extração na sua totalidade, analisar as características do mineral e presença de impurezas e criar mecanismos para o tratamento do fósforo, processo que liberta gases com efeito de estufa.
“Do meu ponto de vista, levará mais de cinco anos. Com esperança, antes do final da década, a Noruega poderá iniciar a produção”, indica Jeff Amrish Ritoe, consultor estratégico de energia e matérias-primas do Centro de Estudos Estratégicos de Haia (HCSS), em entrevista ao jornal espanhol El Confidencial.
A descoberta é também uma excelente notícia para a UE, com Bruxelas a preparar-se para aprovar a Lei de Matérias-primas críticas, que tem como objetivo reduzir a dependência dos Estados-membros da China e outras potências, no que respeita a tecnologias e energias renováveis.