Rússia recusa proposta para desmilitarização da central de Zaporíjia: “Pode torná-la vulnerável a quem quiser tomá-la”

O embaixador da Rússia nas Nações Unidas, Vasily Nebenzya, disse esta quinta-feira, em reunião do Conselho de Segurança, que Moscovo não apoia a proposta para a criação de uma zona desmilitarizada em Zaporíjia, onde está localizada a maior central nuclear da Europa e que em sido alvo de múltiplos ataques nos últimos dias, aumentando as preocupações sobre um possível desastre.

“A desmilitarização da central pode torná-la vulnerável a quem quiser tomá-la”, sublinhou o representante, salientando que a presença das tropas russas é essencial para garantir a sua proteção. “Não podemos descartar provocações, ataques terroristas à central, que devemos proteger”, sublinhou Nebenzya.

A reposta da Rússia surge depois de o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, ter apelado à criação de uma área livre de pessoal e operações militares em Zaporíjia, pedindo “retirada de todo o pessoal militar e equipamento militar da estação e evitando qualquer outro envio de forças militares ou equipamento militar para esse território”.

O embaixador Vasily Nebenzya declarou que se a Rússia retirar as suas tropas a central nuclear ficará exposta a ataques das forças ucranianas, que tem acusado de ameaçar a segurança dessas instalações.

A Rússia e a Ucrânia acusam-se mutuamente de estarem a atacar a central nuclear e de colocarem em risco a segurança da região.

Ainda esta quinta-feira, a empresa que gere as centrais nucleares na Ucrânia, a Energoatom, acusou as forças de Moscovo de terem desferido mais cinco ataques a Zaporíjia, levando o responsável da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), Rafael Grossi, a dizer ao Conselho de Segurança das Nações Unidas que “estes são tempos sérios, são tempos negros, e a AIEA deve poder conduzir a sua missão em Zaporíjia o mais brevemente possível”.

Apesar de dizer que os especialistas não identificaram “ameaças imediatas à segurança” da central devido aos bombardeamentos e às operações militares no terreno, Grossi alerta que “isso pode mudar a qualquer momento”.

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