Rússia ordena arresto de bens, património e contas bancárias do vice-ministro da Defesa

A justiça russa ordenou hoje o arresto, até à conclusão do processo judicial, dos bens, património e contas bancárias do vice-ministro da Defesa, Timur Ivanov, e família, detido esta semana e acusado de aceitar subornos.

“Tudo o que está registado em seu nome e em nome da sua mulher, bem como em nome das suas ex-mulheres e dos seus cinco filhos, incluindo os adotados, foi alvo de arresto por ordem do tribunal da capital, como medida de precaução, no caso de Ivanov ser considerado culpado”, disseram fontes policiais à agência noticiosa russa TASS.

Os tribunais já deram ordem de prisão também para dois empresários que alegadamente subornaram o vice-ministro da Defesa e que já foram detidos. Ivanov é responsável pela construção e renovação das infraestruturas do Ministério da Defesa.

Embora não tenha sido oficialmente confirmado, a imprensa estima que o montante dos subornos recebidos entre 2018 e 2023 pelo vice-ministro de Defesa seja superior a 10 milhões de dólares.

O Kremlin recusou-se a comentar a detenção, mas assegurou que os contratos que eram geridos pelo detido serão executados.

O Comité de Investigação da Rússia acusou Ivanov de receber um suborno avultado, um crime punível com até 15 anos de prisão.

O vice-ministro, de 48 anos, foi detido na terça-feira no seu gabinete, depois de ter participado numa reunião da direção militar, presidida pelo Ministro da Defesa russo, Sergey Shoigu.

No entanto, a imprensa russa independente no exílio afirmou que Ivanov foi de facto preso por traição e que a acusação de suborno não passa de um disfarce.

Embora não seja um militar de carreira, Ivanov, tal como muitos outros altos responsáveis russos, está sujeito às sanções ocidentais devido à guerra na Ucrânia.

Em 2022, o Fundo Anti-Corrupção, do falecido líder da oposição russa Alexei Navalny, denunciou, numa das suas investigações, a vida luxuosa do vice-ministro tanto em território russo como na Europa.

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