Rússia é aliado vital do grupo OPEP+, um “ator altamente influente no mapa energético mundial”, diz novo Secretário-Geral

Haitham Al-Ghais, natural do Kuwait, iniciou hoje as funções de Secretário-Geral da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), sucedendo ao nigeriano Mohamed Barkindo, que morreu no passado dia 5 de julho.

Al-Ghais ocupava o cargo de Diretor-Geral adjunto de marketing internacional na Kuwait Petroleum Corporation (KPC) e foi governador do país na OPEP.

Após a tomada de posse, o novo Secretário-Geral disse que a Rússia é um aliado vital para que o grupo OPEP+ tenha sucesso, segundo uma entrevista exclusiva do jornal ‘Alrai’, do Kuwait, a que a Reuters teve acesso. O responsável afirmou que a OPEP e a Rússia não estão a competir e disse mesmo que o país liderado por Vladimir Putin é “um grande, principal e ator altamente influente no mapa energético mundial”.

A primeira reunião liderada por Al-Ghais acontecerá a dia 3 de agosto, onde o grupo deve analisar a decisão de manter a produção de petróleo inalterada em setembro, mesmo com os pedidos dos Estados Unidos para um aumento. No entanto, fontes adiantaram à agência de notícias que é provável que seja discutido um aumento reduzido da produção.

Sobre isso, o novo Secretário-Geral disse que “a OPEP não controla os preços do petróleo, mas pratica o que se chama sintonizar os mercados em termos de oferta e procura”. Para Al-Ghais, o atual mercado de petróleo encontra-se “muito volátil e turbulento”.

Sobre as recentes subidas dos preços do petróleo, disse não estarem “apenas relacionada com os desenvolvimentos entre a Rússia e a Ucrânia”, pois “todos os dados confirmam que os preços começaram a subir gradual e cumulativamente e antes do surto da evolução russo-ucraniana, devido à perceção prevalecente nos mercados de que existe uma falta de capacidade de produção excedentária, que se limitou a poucos países”.

Apesar da guerra na Ucrânia, o fator que o novo Secretário-Geral aponta como o responsável por afetar os preços do petróleo até ao final do ano é “a contínua falta de investimentos no campo da perfuração, exploração e produção”. “Isto empurrará os preços no sentido ascendente, mas não podemos determinar o nível que vão atingir”, concluiu, citado pela ‘Reuters’.

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