Rússia avisa Ucrânia que as condições de paz “serão mais difíceis e duras” se não aceitar plano de Putin

As autoridades russas alertaram que os requisitos para uma paz futura serão “mais difíceis e duras” se a Ucrânia não aceitar a proposta de Vladimir Putin, que condicionou um cessar-fogo à retirada das tropas ucranianas nas frentes leste e sul, assim como a renúncia de Kiev de entrar na NATO.

“As próximas condições sob as quais a paz poderá ser alcançada e algum tipo de acordo assinado serão mais difíceis e duras para a Ucrânia”, salienta o chefe dos serviços de espionagem russos, Sergei Narishkin, em entrevista à agência noticiosa russa ‘TASS’.

Na semana passada, Putin salientou que ordenaria um cessar-fogo imediato se a Ucrânia se recusasse a aderir à NATO e se as suas tropas abandonassem as regiões de Donetsk, Lugansk, Zaporizhia e Kherson para estas serem anexadas depois do polémico referendo, não reconhecido pela União Europeia ou pela comunidade internacional.

A proposta inclui também a retirada de todas as sanções impostas à Rússia desde o início da invasão e a posição da Ucrânia como país neutro, não alinhado, desmilitarizado e livre de armas nucleares.

O plano de Putin já foi descartado pelas autoridades ucranianas, depois de ter sido apresentado na véspera da conferência de paz que se realizou este fim de semana na Suíça, que contou com a presença de quase uma centena de países, embora destacando-se a ausência da Rússia.

A Rússia considerou esta segunda-feira que a Cimeira de Paz para a Ucrânia teve resultados quase nulos.

“Se falarmos sobre os resultados desta reunião, eles são quase nulos”, comentou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência francesa AFP.

Segundo Peskov, muitos dos participantes compreenderam “que qualquer discussão séria não tem futuro sem a presença da Rússia”.

O documento final da conferência foi assinado por países tidos como próximos da Rússia, como a Hungria, a Turquia e a Sérvia.

Na cimeira, o Ocidente reforçou o apoio a Kiev e rejeitou os termos apresentados por Moscovo para um cessar-fogo.

A cimeira reuniu mais de 90 países, incluindo Portugal, que esteve representado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo chefe da diplomacia, Paulo Rangel.

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