Rally Madeira Legend 2022: A Madeira ©ativa

Por Jorge Farromba

A convite do Turismo da Madeira e da Associação de Promoção da Madeira aceitámos com imenso prazer estar presentes no Rally Madeira Legend de 2022.

Tendo como objetivo promover e divulgar o destino Madeira, em consonância com as estratégias definidas para o sector turístico da Região Autónoma da Madeira, criou-se este evento que já se encontra na terceira edição, com um logotipo criado por Ricardo Velosa, que “bebe” muito do que se faz por esse mundo fora, mas incorporando as cores da Madeira.

E o convite era tentador. Vir assistir a uma prova automobilística organizado pelo Club Sports da Madeira, entre os dias 27 a 29 de outubro e que se destina a viaturas Históricas, Spirit e Legend Show, sendo esta uma nova variante da “Volta à Ilha da Madeira – Rally Histórico”, realizado para comemorar os “60 anos da Volta à Ilha da Madeira”, contando com 81 inscritos.

Eram, pois, estes os ingredientes. Um evento automobilístico com viaturas que deliciaram os adeptos do automobilismo e do “Rali Vinho da Madeira” nos primeiros anos de integração no Campeonato da Europa.

Confesso que para mim, apaixonado pelo mundo automóvel, conviver de perto com os seus intervenientes era, por si só, bastante. Sá não sabia que a organização teve o cuidado de nos colocar no hotel dos pilotos, co-pilotos e staff das equipas. Senti-me como uma criança numa loja de doces.

Mas não deu tempo para muito mais à chegada à ilha, pois foi necessário ir ver as verificações na Praça CR7 (um nome que surge a cada esquina) e as várias máquinas presentes, icónicas, desde os Audi A4, Lancia Delta Integrale Evo, Renault 5 GT turbo, Porsche 911 SC, Mitsubishi Lancer Evo VI, Audi Sport quattro S1 Evo 2, entre mais de 80 inscritos, o que demonstra o elevado interesse por esta prova e pelo destino Madeira, bem como a organização que ainda só leva 3 anos mas já com uma maturidade assinalável.

Como cabeça de cartaz um dos ídolos com que eu forrava os meus livros (sim, na altura era moda) e do qual tinha poster no quarto – Stig Blomqvist – onde aos 75 anos, também demonstrou “que ainda estava ali para as curvas”.

No momento das verificações e briefing deu para compreender vários pontos:
• o profissionalismo da organização,
• o rigor, a exigência e o extremo cuidado com a segurança da prova nos briefings:

Seria quase uma impossibilidade haver um problema pois a organização teve o extremo cuidado de, ao longo de todas as passagens nos troços, fazer circular carros da PSP, um carro com uma gravação, onde curva a curva (factual) se deteve e passou a mensagem sobre a segurança e sobre ninguém se movimentar dos locais, principalmente crianças (bem destacados) e onde o público se podia posicionar. Nem mesmo nós tínhamos autorização para circular livremente. E ainda bem, que assim se trabalhou nesta prova.

AS VERIFICAÇÕES TECNICAS

Mais uma vez, rigor, profissionalismo e know-how. Foi assim que vi esta zona. Mesmo no cumprimento dos horários.

Ao redor de todos as viaturas pude ver a multidão de entusiastas que vieram ver esta prova; aliás, e por mero acaso, muitos anónimos que vieram comigo no avião do continente, demonstrativo que já existe eco desta prova fora da ilha.

Assim, tudo nesta prova apontava para um bom rally e, para pilotos e espetadores conhecerem a cultura, o povo, a hospitalidade e as tradições da belíssima ilha da Madeira.

E, ao final do dia, foi hora da primeira classificativa que decorreu já pela noite, onde foi possível ver algumas viaturas a efetuar a prova, até à sua interrupção devido a um pequeno acidente, mas o suficiente para a prova preferir cancelar o mesmo, em prol do espetáculo e da segurança.

À noite e já no hotel, foi para mim mais um momento muito interessante. Ver todos aqueles pilotos que, durante o dia me cruzei e ir ouvindo as suas histórias do dia. E, fui tentar dormir…. de coração cheio (e feliz)!

A PROVA

Entre a comunicação social do continente organizámos os locais onde assistir à prova e, com o transfer fomos colocados nesse mesmo local. Mais uma vez deu para compreender o entusiasmo que os madeirenses sentem pelo desporto automóvel, onde muitos conhecem de nome e pessoalmente os pilotos, mas também o cuidado que a organização teve em delimitar com baias de proteção todos os locais inseguros e proibir qualquer mau posicionamento de público e comunicação social.

Cientes desse propósito a organização deu início ao troço da manhã onde todos os concorrentes sob piso seco nos deslumbraram com a sua condução, uns mais efusivos que outros, mas de todos, assimilo o quão bom foi assistir a este evento, pena é que não nos deixaram ir dentro de uns automóveis.

Já na segunda passagem e com piso molhado, as passagens no troço foram por vezes mais espetaculares, mas, creio que todos que os pilotos não lutavam só por posições, mas sobretudo pela segurança e pelo espetáculo.

O PODIUM

No final do dia e no podium, em frente ao clube que organiza o rally deu para assimilar um dia cheio de adrenalina, bem organizado e com imenso potencial futuro onde, sendo o que menos conta, em minha opinião, teve as seguintes classificações:

Categoria Históricos
1.º classificado: João Martins/ Sílvio Malho (Ford Escort MK I)
2.º classificado: Julio Borja/ Sergio Cancela (Porsche 911 SC)
3.º classificado: Gualberto Dias/ Fábio Rodrigues (Ford Escort MK II)

Categoria Legend Open
1.º classificado: Miguel Andrade/ Bruno Gouveia (Renault 5 GT Turbo)

Categoria Spirit
1.º classificado: Rui Pinto/ Ricardo Faria (Ford Focus RS WRC)
2.º classificado: Carlos Fernandes/ Pedro Afonso (Mitsubishi Lancer Evolution V)
3.º classificado: Nuno Ferreira/ Luís Ribeiro (Ford Escort RS Cosworth)

Categoria Legend Show
Piloto espetáculo: Helmut Steiner (Toyota Corolla WRC)
Equipa mais simpática: Stewart Bowes e Jason Bowes (Audi Sport Quattro S1 EVO 2)
Carro mais original: Audi Sport Quattro S1 EVO 2 (Stig Blomqvist / Wolf-Dieter Ihle)

Prova Espetáculo
Piloto espetáculo: Helmut Steiner (Toyota Corolla WRC)

A PROVA ESPECTÁCULO

Organizado na Avenida do Mar, é sempre um dos momentos mais aguardados pelos espectadores, mas também pelos pilotos e patrocinadores, pois todos aqui se destacam, numa prova transmitida em direto pela TV regional. Muitos foram os pilotos que deram espetáculo em prol da eficiência e outros em sentido inverso.

Destaco um momento. A participação (segura) de duas crianças invisuais para uma experiência de co-drive, com o piloto José Grosso do Ford Escort 2000 X Pack e que adveio do co-piloto Luís Boiça que soube do modo como estes jovens vivenciaram o Rali da Calheta e que, segundo os pais, não vendo, sentem as vibrações e, isso, é o bastante.

E, foi isto o Rally da Madeira Legend. Uma 3ª edição que vai ter novas edições, a julgar pelas afirmações dos pilotos, pelos espectadores da ilha e visitantes, pela capacidade organizativa e pelos patrocinadores.

Pela minha parte, bem acima da cobertura do evento, valeu cada segundo desta presença, pela enorme paixão que nutro pelo automóvel. Para o próximo ano, a organização tem de incluir no seu road book uma experiência de co-drive aos jornalistas 🙂 .

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