PSD faz voto de silêncio: processo de formação do novo Governo está blindado até à indigitação

O PSD está envolvido num ‘manto de silêncio’ até à indigitação por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, depois do triunfo nas eleições legislativas realizadas no passado dia 10. De acordo com a rádio ‘Renascença’, têm sido vários os nomes apontados para formar o novo Executivo mas as hostes sociais-democratas impuseram a lei da rolha até à reunião no Palácio de Belém. Fonte da direção do PSD salientou que “não faz sentido” que Luís Montenegro leve já nomes de ministros/as à audiência desta quarta-feira.

“Isso era descredibilizar-se e isso não pode acontecer nesta altura”, referiu, em declarações à rádio portuguesa, confirmando que “só depois ser indigitado” é que haverá convites para o Governo.

Há pessoas “que estão a aconselhar” Luís Montenegro e a avançar com possíveis ministros: Cavaco Silva, Manuela Ferreira Leite ou Marques Mendes, pesos-pesados do PSD, têm estado próximos do líder social-democrata, que se vai reunir com Marcelo para “fazer uma análise dos resultados” e “ouvir conselhos”. No entanto, admitiu o PSD, não seria “de espantar” que tanto Montenegro como Pedro Nuno Santos “já tenham falado antecipadamente” com o Presidente da República.

A possibilidade de membros da Iniciativa Liberal integrarem o Governo está em cima da mesa: há três nomes ‘ministeriáveis’, ou seja, com “peso político suficiente”: Rui Rocha, Carlos Guimarães Pinto e João Cotrim de Figueiredo, ainda que, segundo a mesma fonte, não passem de conversas de corredor: Luís Montenegro mantém “o processo blindado”, sendo que nem “o núcleo duro” pode estar a par das intenções do líder do PSD.

Certa é a presença de Nuno Melo, presidente do CDS, no Executivo, sendo-lhe apontado o Ministério da Defesa, embora haja também a possibilidade de se tornar ministro da Administração Interna – segundo fonte centrista, é o Ministério da Agricultura que colhe mais entusiasmo, uma pasta que o líder do CDS tem trabalhado em Bruxelas como eurodeputado e para o qual contaria com a ajuda de Luís Mira, secretário-geral da CAP (Confederação dos Agricultores Portugueses).

Entre os sociais-democratas avançados como possibilidade estão Pedro Reis, que chegou a liderar a AICEP (Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal), o vice-presidente Paulo Rangel ou mesmo o antigo ministro da Economia Carlos Tavares, o atual presidente da Caixa Geral de Depósitos, Paulo Macedo, e o ex-ministro de Passos Coelho, Miguel Poiares Maduro. Joaquim Miranda Sarmento, líder parlamentar do PSD, é um dos nomes mais consensuais e é visto como futuro ministro das Finanças. “Ficaria surpreendido se não fosse, é um sonho antigo”, indicou um dirigente do PSD.

Sobre a presidência da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco é indicado como o sucessor de Augusto Santos Silva por ter “as melhores credenciais”. Em alternativa está a jurista e antiga deputada Teresa Morais, ex-ministra da Cultura, Igualdade e Cidadania do Governo de Pedro Passos Coelho.

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