Próxima semana vista à lupa: No rescaldo dos estímulos da UE continua apresentação de resultados trimestrais

No início da próxima semana a atenção dos investidores estará voltada para as conclusões que surgirem da reunião dos líderes da União Europeia, que se iniciou hoje em Bruxelas.

Os investidores estão esperançosos de que as autoridades da UE possam estabelecer um compromisso com o plano de estímulo fiscal de 750 biliões de euros, vital para a recuperação económica da região.

De um lado estão os quarto países do norte da Europa (Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia) que são a favor do apoio sob a forma de empréstimo. E do outro, os restantes países, entre os quais a Alemanha e França que são os líderes efetivos do bloco europeu, a favor dos pagamentos sob a forma de doações. Caso o pacote de estímulos não seja aprovado sob a forma de doações, os investidores deverão estar atentos ao comportamento da dívida italiana. Depois do país ter sido fortemente castigado pela pandemia do Covid-19, vê-se agora perante problemas financeiros e um crescente populismo por toda a Itália que poderá mesmo ditar a sua saída da zona euro.

Além disso, os investidores deverão também estar atentos à evolução dos números de novos contágios e sobretudo à taxa de mortalidade nos Estados Unidos da América e no Brasil.

A vacina contra o vírus é outro tema que deverá centrar a atenção dos investidores nas próximas semanas. Os investidores devem acompanhar com particular atenção os resultados preliminares de testes às vacinas da Moderna, da Pfyzer e da BionTech.

Calendário macroeconómico

Apesar de alguns dados macroeconómicos importantes a serem divulgados na semana que se avizinha, o calendário não é tão preenchido como o da semana que agora termina. Ainda assim, a volatilidade foi bastante fraca pelo que se espera um aumento da volatilidade na próxima semana.

Na terça-feira serão divulgadas as minutas do RBA e ficaremos a conhecer o impacto da pandemia no consumo com as vendas a retalho referentes ao mês de maio no Canadá. Na quarta-feira é a vez das vendas a retalho na Austrália, do índice de preços do consumidor no Canadá referente ao mês de junho e as vendas de casas existentes nos Estados Unidos no mês passado. Serão também divulgados os inventários de petróleo apurados pelo EIA (Energy Information Administration). Quinta-feira teremos o indicador de sentimento do consumidor do instituto GFK na Alemanha, os pedidos semanais de subsídio de desemprego nos EUA e a balança comercial na Nova Zelândia. A terminar a semana teremos, na sexta-feira, as vendas a retalho no Reino

Unido, os PMIs na França, Alemanha, Zona Euro e nos EUA e as vendas de novas casas nos EUA referentes ao mês de junho.

Resultados trimestrais todos os dias da semana

Na semana que vem teremos alguns pesos pesados a apresentarem resultados tais como a Microsoft, IBM, Intel, Amazon, Tesla e Coca-Cola. Será interessante verificar de que forma é que a pandemia afetou os resultados destas empresas no segundo trimestre.

Bancos Centrais

A semana que vem será bastante calma em termos de reuniões dos principais Bancos Centrais. Destaca-se apenas as minutas do Royal Bank of Australia sobre a última reunião de política monetária de terça-feira.

Volatilidade – antevisão

O índice de volatilidade implícita das opções sobre o S&P500 negociou num range apertado de apenas 5 pontos esta semana. Na próxima semana, tirando a reação do mercado à decisão que sairá de Bruxelas este fim de semana, não se espera que haja algum fator que leve a um súbito aumento de volatilidade pelo que se espera apenas um ligeiro aumento da mesma na semana seguinte.

 

* Nuno Mello Diretor Comercial XTB

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