Proprietário do Grupo Impala paga caução de 500 mil euros e fica em liberdade
O proprietário do Grupo Impala, Jacques Rodrigues, de 83 anos, foi libertado depois de pagar uma caução de 500 mil euros, esta segunda-feira, estando agora proibido tanto de contactar os outros arguidos como de exercer funções na empresa ou sair do país.
“As medidas de coação são o pagamento de uma caução de 500 mil euros, a proibição de contactar com os outros arguidos – quer os que estão detidos, quer os que não foram detidos -, proibição também de contactar com a empresa e contabilidade e também a proibição do exercício de qualquer função ou atividade no grupo Impala”, revelou a advogada do empresário, Isabel Candeias, em declarações aos jornalistas à saída do Tribunal de Instrução Criminal de Sintra.
Já o dono das revistas cor de rosa, que não quis prestar quaisquer declarações aos jornalistas à saída do Tribunal, comentou apenas: “Para poderem falar, têm de conhecer a verdade”.
O Ministério Público (MP) pediu uma caução de um milhão de euros para Jacques Rodrigues, no âmbito da operação policial ‘Última Edição’, por suspeitas de desvio de 68 milhões de euros da empresa Descobrirpress.
Também os restantes detidos saíram em liberdade, incluindo o filho do empresário, Gil Rodrigues, estando agora sujeito à medida de coação de Termo de Identidade e Residência contudo, ao contrário de Jacques Rodrigues, pode exercer funções no grupo Impala. O mesmo não aconteceu ao advogado Natalino Vasconcelos e o contabilista José Rito que estão impedidos de trabalhar no grupo.
Os quatro arguidos estavam detidos desde quinta-feira, devido à operação da Polícia Judiciária (PJ), desenvolvida em Lisboa, Sintra, Cascais, Oeiras, Amadora, Santo Tirso, Porto, Matosinhos e Funchal, na qual se suspeita da prática dos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, insolvência dolosa agravada, burla qualificada e falsificação ou contrafação de documentos, que levou a que 10 pessoas tenham sido constituídas arguidas.
Em causa está uma investigação criminal sobre um plano criminoso traçado para ocultar a dissipação de património, através da adulteração de elementos contabilísticos de diversas empresas, em claro prejuízo de credores, trabalhadores, fornecedores e o Estado, estando reconhecidos créditos num valor total de cerca de 100 milhões de euros, segundo uma nota divulgada pela PJ.
Em outubro, o Juízo de comércio de Sintra declarou a insolvência da Descobrirpress, pertencente ao dono do Grupo Impala que já tinha litígios em tribunal por créditos salariais devidos a antigos trabalhadores há vários anos.