Procuradoria de Paris avança com investigação criminal à gestão da pandemia em França
A Procuradoria de Paris vai avançar com o inquérito que abriu no início de junho sobre a gestão da pandemia no país. Em causa está uma investigação criminal sobre se os funcionários públicos responsáveis pela resposta à crise da covid-19 cometeram delitos, incluindo homicídio involuntário. Vai ser dividida em quatro inquéritos, avança a agência Reuters.
Segundo o procurador Remy Heitz, a investigação, ainda numa fase preliminar, vai centrar-se no impacto sobre o público em geral, trabalhadores da saúde, funcionários públicos e aqueles que ficaram doentes ou morreram devido à covid-19.
Estão em curso duas investigações sobre a forma como a França lidou com a pandemia global, que matou mais de 41 mil pessoas no país e infetou mais 1,8 milhões – é o país com mais casos de covid-19 da Europa.
Uma é a investigação criminal, aberta em junho e tratada pelo Ministério Público de Paris. Está a analisar se a resposta de França à crise resultou em homicídios e ferimentos involuntários, pondo em perigo vidas, e na recusa deliberada de combater um desastre.
Durante a primeira vaga da pandemia na primavera passada, houve muitas mortes em lares, onde a falta de testes ou de equipamento de proteção significou que o vírus veio do exterior.
A segunda investigação é um inquérito conduzido por um tribunal administrativo, o Tribunal de Justiça, que trata casos de alegada má conduta ministerial.
Numa ação invulgar, no mês passado, a polícia invadiu as casas e escritórios do ministro da saúde francês, do seu diretor da saúde pública e do antigo primeiro-ministro, como parte da investigação do Tribunal de Justiça.