Clima: Ano de 2024 será o mais quente desde que há registos

O ano de 2024 encaminha-se para ser o ano mais quente desde que há registos, com a temperatura média global junto à superfície ainda mais alta do que em 2023, informou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM).

A análise da temperatura global da OMM (agência das Nações Unidas) abrange o período entre janeiro a setembro deste ano e baseia-se em seis conjuntos de dados internacionais para fornecer uma avaliação consolidada da temperatura.

O estudo da OMM foi entregue ao secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, antes da COP29, a conferência sobre alterações climáticas da ONU, que começa na segunda-feira em Baku, no Azerbaijão.

“Hoje, a OMM e os seus parceiros dizem-nos que 2024 está no caminho para ser o ano mais quente alguma vez registado — quase dois meses antes de terminar”, disse Guterres, salientando que “a humanidade está a incendiar o planeta e está a pagar o preço”, referiu Guterres, citado num documento publicado hoje por aquela agência das Nações Unidas.

A OMM adianta, na mesma nota, que mais detalhes deste estudo serão fornecidos na atualização sobre o estado do clima 2024 durante a COP29.

Essa informação abordará os principais indicadores climáticos, incluindo a temperatura média global perto da superfície, o calor dos oceanos, a subida do nível do mar, o gelo marinho e os glaciares, bem como informações sobre eventos climáticos e meteorológicos extremos e impactos no desenvolvimento sustentável.

Na sua análise, a OMM usa conjuntos de dados internacionais baseados em dados climatológicos de locais de observação, navios e boias em redes marinhas globais, desenvolvidos e mantidos pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos, pelo Instituto Goddard de Estudos Espaciais da NASA, pelo Met Office Hadley Center do Reino Unido e pela Universidade de Unidade de Pesquisa Climática de East Anglia e grupo Berkeley Earth.

A OMM também utiliza conjuntos de dados de reanálise do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio Prazo e do seu Serviço de Alterações Climáticas Copernicus e da Agência Meteorológica do Japão.

A reanálise combina milhões de observações meteorológicas e marinhas, inclusive de satélites, usando um modelo meteorológico para produzir uma análise mais completa do estado da atmosfera.

A combinação de observações com valores modelados torna possível estimar temperaturas a qualquer momento e em qualquer lugar do globo, mesmo em áreas de observação esparsa, como as regiões polares e os oceanos, explica a agência das Nações Unidas.

Os dados serão apresentados na segunda-feira pela secretária-geral da OMM, Celeste Saulo, em Baku.

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