Primeiro-ministro da Escócia demite-se dias antes de moção de censura

Humza Yousaf, primeiro-ministro da Escócia anunciou a sua demissão esta segunda-feira, indicando que se manterá no cargo até o Partido Nacional Escocês (SNP) escolha o seu sucessor na liderança.

O governante tinha anteriormente dito que não renunciaria ao lugar, depois de ter sido arrasado e duramente criticado por ter dado fim ao acordo de governação que mantinha com os Verdes, na passada quinta-feira.

No discurso de hoje Yousaf admitiu que “subestimou claramente o nível de mágoa e perturbação” causado pelo fim do acordo entre forças políticas, isto numa altura em que estava a dias de enfrentar uma moção de censura.

“Para que um governo minoritário seja capaz de governar de forma eficaz e eficiente, a confiança no trabalho com a oposição é claramente fundamental. E embora um caminho através da moção de censura desta semana fosse absolutamente possível, não estou disposto a tratar os meus valores e princípios ou fazer acordos com quem quer que seja simplesmente para reter o poder”, declarou o responsável.

Assim, após refletir durante o fim de semana, concluiu que “reparar um relacionamento através da divisão política só pode ser feito com outra pessoa no comando” do partido, pelo que informou a Secretária Nacional do SNP da sua “intenção de renunciar ao cargo de líder do partido”.

Humza Yousaf explicou que já pediu que se dessem início aos processos para nova eleição dentro no SNP, “a fim de garantir uma transição suave e ordenada”, pelo que se manterá no cargo até o seu sucessor estar escolhido.

“Sempre farei campanha com vocês, estarei sempre convosco”, disse aos colegas do SNP. Tivemos reveses no nosso movimento, mas sempre os ultrapassámos e faremos isso outra vez. A independência parece frustrantemente próxima. Acreditem, ninguém sente mais essa frustração do que o líder do SNP”, continuou o primeiro-ministro escocês demissionário.

“Os últimos quilómetros da maratona são sempre os mais difíceis, e corremos esta corrida como uma equipa, e agora vou preparar-me para passar o testemunho a um sucessor que, tenho certeza absoluta, nos levará até a linha de chegada”, sublinhou.

Yousaf resumiu que “a política pode ser uma área brutal”, mas que não guarda “rancor ou má vontade de ninguém”, ainda que amita que a saúde física e mental foram afetadas neste percurso.

“E a nossa família sofre ao nosso lado”, recordou.

“Estou muito grato. Sou muito abençoado por ter a oportunidade dada a tão poucos para liderar o meu país, e quem poderia pedir um país melhor para liderar do que a Escócia? Muito obrigado”, encerrou Humza Yousaf.

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