Presidente do Parlamento russo diz que UE deve indemnizar a Rússia por danos económicos sofridos devido a sanções ocidentais

O presidente da Duma (câmara baixa do parlamento russo e eleita por voto popular direto), Vyacheslav Volodin, afirmou que a União Europeia deveria compensar a Rússia pelos prejuízos económicos sofridos sob o peso das sanções lançadas pelos países do ocidente e aliados.

Citado pela agência de notícias estatal Sputnik, sob controlo do Kremlin, Volodin denunciou as sanções ocidentais como ilegais, ecoando protestos frequentemente expressados pelos elementos da cúpula do governo russo, incluindo o próprio Presidente, Vladimir Putin, que afirmou esta quarta-feira que são medidas contrárias aos princípios da Organização Mundial do Comércio, pelo que a Rússia deveria rever o seu lugar nessa organização multilateral.

Numa referência à divisão causada no seio dos 27 por uma eventual proibição à importação de produtos energéticos russos para a Europa, o líder da Duma afirma que alguns países europeus ainda estão a considerar a possibilidade de adquirir gás russo através de pagamento em rublos, exigência de Moscovo para tentar amortizar os impactos económicos originados pelas sanções.

Dirigindo-se aos países do Ocidente, Volodin sublinha que a Rússia tem outros clientes para onde pode direcionar os seus produtos energéticos, o que se pode entender enquanto referências à China e à Índia, que têm procurado manter um distanciamento estratégico face ao conflito no Leste da Europa, ao mesmo tempo que assume um importante papel para evitar que a Rússia degenere no absoluto colapso económico.

Em tom de desafio, acrescenta que a Rússia está preparada para se adaptar aos desafios, ao passo que os países europeus poderão não ter essa flexibilidade, declarando que, devido à russofobia existente na sociedade europeia, a Rússia não tem qualquer motivação para socorrer a Europa.