Presidente do Irão promete “castigo” para responsáveis pelo atentado mortal nas cerimónias de homenagem a Soleimani

O presidente do Irão, Ebrahim Raisi, prometeu um “castigo” para os responsáveis pelo atentado terrorista durante as cerimónias de homenagem ao general Qassem Soleimani, um herói do regime iraniano, que causou mais de duas centenas de mortos e feridos. Horas após as duas explosões, a responsabilidade do ataque não foi ainda reivindicada.

“Sem qualquer dúvida, os autores deste ato cobarde serão em breve identificados e punidos pelo seu ato odioso pelas capazes forças de manutenção da lei e da segurança”, prometeu. “Os inimigos da nação deverão saber que tais ações não poderão nunca abalar a sólida determinação da nação iraniana”, acrescentou Raisi.

O Governo iraniano decretou para esta quinta-feira um dia para “o país, a nível nacional, fazer o luto” após o incidente terrorista em Kerman – referiu ainda “um inimigo”, embora sem especificar.

O Irão divulgou um novo balanço de 103 mortos num ataque durante uma homenagem ao general Qassem Soleimani e decretou um dia de luto nacional na quinta-feira, noticiaram os meios de comunicação oficiais.

A dupla explosão teve lugar perto da mesquita Saheb al-Zaman, onde se encontra o túmulo do general Soleimani, em Kerman, no sul do Irão.

Uma multidão compacta de representantes do regime e de pessoas anónimas tinha-se reunido no local para uma cerimónia comemorativa, segundo a agência francesa AFP.

As autoridades iranianas contabilizaram também 141 feridos.

“O número de mortos subiu para 103, depois de alguns terem sucumbido aos ferimentos”, noticiou a agência oficial Irna, acrescentando que alguns dos feridos se encontravam em “estado crítico”.

O ataque foi descrito como um ato terrorista por Rahman Jalali, vice-governador da província de Kerman, no sul do Irão.

Qassem Soleimani foi morto em janeiro de 2020, aos 62 anos, num ataque de um ‘drone’ (avião sem tripulação) norte-americano no Iraque.

Figura-chave do regime iraniano, era também uma das figuras públicas mais populares do país.

Soleimani, comandante de uma força de elite da Guarda Revolucionária, foi o arquiteto das atividades militares regionais do Irão e é aclamado como um ícone entre os apoiantes da teocracia iraniana, segundo a agência norte-americana AP.

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