Presidente da China diz às tropas para se “prepararem para a guerra”. Tensões com EUA agravam-se

O Presidente chinês, Xi Jinping, disse às suas tropas para concentrarem “toda a energia na preparação para uma guerra”. O apelo foi dado numa visita a uma base militar na província meridional de Guangdong, esta terça-feira, à medida que as tensões com os Estados Unidos se agravam, de acordo com a agência noticiosa estatal Xinhua.

Durante uma inspecção do Corpo de Marines do Exército de Libertação do Povo na cidade de Chaozhou, Xi Jinping disse aos soldados para “manterem um estado de alerta elevado” e apelou a que fossem “absolutamente leais, absolutamente puros e absolutamente fiáveis”.

A visita militar surge à medida que as tensões entre a China e os Estados Unidos se agravam, com desacordos sobre Taiwan e a pandemia, criando divisões acentuadas entre Washington e Pequim.

A Casa Branca notificou esta segunda-feira o Congresso dos EUA que planeava avançar com a venda de três sistemas avançados de armas a Taiwan, de acordo com um assessor do Congresso, incluindo o avançado Sistema de Foguetes de Artilharia de Alta Mobilidade.

Numa resposta severa de Pequim, o porta-voz chinês do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zhao Lijian, apelou a Washington para “cancelar imediatamente quaisquer planos de venda de armas a Taiwan” e cortar todos os “laços militares EUA-Taiwaneses”.

Embora Taiwan nunca tenha sido controlado pelo Partido Comunista, governante na China, as autoridades em Pequim insistem que a ilha democrática e autónoma é parte integrante do seu território.

Apesar da desaprovação do Governo chinês, as relações entre Washington e Taipé (capital do Taiwan) têm-se estreitado sob a administração Trump. Em Agosto, o Secretário da Saúde e Serviços Humanos dos EUA, Alex Azar, tornou-se o mais alto funcionário americano a visitar Taiwan em décadas, quando viajou para a ilha para discutir a pandemia.

Em resposta, Pequim aumentou o número de exercícios militares em torno de Taiwan. Quase 40 aviões de guerra chineses atravessaram a linha mediana entre o continente e Taiwan a 18 e 19 de Setembro – o que a Presidente do Taiwan, Tsai Ing-wen, considerou uma “ameaça de força”.

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