Poupança de energia à vista? Europa vai ter inverno mais quente que o normal, garante observatório Copernicus

Perante a atual crise energética e os receios emergentes de que as reservas de gás acumuladas possam não ser suficientes para responder ao aumento da procura para aquecimento este inverno, há afinal ‘boas’ notícias: o Serviço de Alterações Climáticas do Observatório Copernicus, o programa da União Europeia que recolhe e analisa dados dobre o ambiente e sobre o nosso planeta, garante que é expectável que o inverno seja mais quente do que o habitual na Europa.

Os cientistas do Copernicus emitiram o mais recente relatório este domingo, onde explicam que são previstas temperaturas médias em valores mais altos nas regiões do Báltico, Mediterrâneo e Mar do Norte, com um maior grau de certeza face às previsões feitas no mês anterior.

Com os termómetros mais altos do que o normal no inverno, espera-se que haja menos procura pelo gás natural, que foi alvo de uma verdadeira corrida na Europa para garantir a meta da UE de reservas a 90% da capacidade máxima era cumprida. A guerra da Rússia na Ucrânia fez disparar os preços para valores recorde no verão, a antecipar a estação fria, contribuindo para um aumento do custo de vida em toda a Europa. Agora, é expectável que a procura desça, assim como os preços, aponta a Bloomberg.

De acordo com o Copernicus, há uma probabilidade entre 50% e 60% de que as temperaturas sejam mais altas do que o histórico normal no Reino Unido, no centro e sul da Europa. Portugal, segundo o Copernicus, terá uma probabilidade inferior de registar temperaturas mais altas face à média prevista para a Europa, entre 40 e 50%. Já em Espanha, é mais expectável que os termómetros subam mais do que noutros invernos.

“Com a maioria dos modelos meteorológicos a preverem condições relativamente amenas para o resto de 2022, provavelmente irá haver gás suficiente para responder à procura, mesmo na eventualidade de um começo mais frio de 2023”, adianta o Eurasia Group numa nota que antecipou a publicação do relatório do Copernicus.

No que diz respeito à precipitação, e num ano em que Portugal enfrentou seca extrema, de acordo com o Copernicus é previsível que chova o normal para esta época, não estando previsto nem um aumento, nem um recuo. Já em França, Alemanha ou Grécia há entre 40% e 50% de hipóteses de se verificar menos precipitação do que o normal para o inverno. No especto oposto, prevê o Copernicus que chova mais o que o habitual no Mediterrêneo, na Noruega, na Suécia e na Finlândia.

Recorde-se que o modelo do Copernicus, segundo o qual foi concluído que 2019 foi o ano mais quente de sempre alguma vez registado, reúne dados de cientistas do Reino Unido, França, Alemanha, Itália e EUA, com milhões de medições feitas por satélites, embarcações, aeronaves e estações meteorológicas de todo o mundo.

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