Portugueses estão a receber menos taxas de remuneração para depósitos bancários
As taxas de remuneração dos depósitos a prazo simples para o público em geral diminuíram em 2020, mantendo a tendência registada desde 2021, de acordo com um relatório do Banco de Portugal (BdP) publicado hoje.
Segundo o Relatório de Acompanhamento dos Mercados Bancários de Retalho, hoje divulgado, “as taxas de remuneração dos depósitos a prazo simples para o público em geral diminuíram na generalidade dos prazos analisados, prosseguindo a tendência registada desde 2012”.
“Estes depósitos tinham maioritariamente taxas de juro iguais ou inferiores a 0,1%”, de acordo com o Banco de Portugal, que revela que no final de 2020 “as instituições analisadas comercializavam 276 depósitos a prazo simples”.
“Dos 186 depósitos a prazo simples destinados ao público em geral, 25,8% eram comercializados em exclusivo nos canais digitais”, revela ainda o Banco de Portugal.
Segundo o Banco de Portugal, “a maioria tinha prazo igual ou inferior a um ano (79,5%), exigia montante mínimo de constituição igual ou inferior a 500 euros (63,9%), permitia a mobilização antecipada dos montantes aplicados (90,9%) e pagava juros apenas no vencimento (77,3%)”.
Já a oferta e o montante aplicado em depósitos estruturados diminuíram “pelo quinto ano consecutivo, respetivamente 30,1% e 68,0%”.
“Em 2020, foram comercializados 51 depósitos estruturados por seis instituições, menos 22 depósitos do que em 2019. Nestes depósitos, foram aplicados 250,4 milhões de euros, por 13.338 depositantes, o que compara com 783,3 milhões de euros e 35.002 depositantes em 2019”, pode ler-se no texto do Banco de Portugal.
O mesmo texto dá conta de que, “dos 105 depósitos vencidos durante o ano, 76,2% pagaram a taxa de remuneração mínima prevista no documento de informação pré-contratual e 10,5% pagaram a taxa máxima prevista”, com 36,2% a ser superior à taxa anual nominal bruta (TANB) do depósito a prazo simples na mesma instituição.