Portugal tem a taxa de inflação homóloga mais baixa da zona euro, mas o preços estão a subir. O que se passa?
A taxa de inflação homóloga em Portugal em junho foi de 0,5%, a mais baixa da zona euro em comparação com a média de 1,9% registado no bloco em igual período. O país está a conseguir escapar ileso à inflação?
A resposta é não. Como refere o jornal ‘Público’, “o principal motivo para a divergência que atualmente se regista entre a taxa de inflação portuguesa e europeia está no facto de a economia portuguesa ter sido uma das mais afetadas pelos efeitos da pandemia. Quando a atividade económica diminui, travada pela redução dos níveis de procura, a capacidade das empresas para subirem ou mesmo manterem os preços é abalada”.
“Quando se olha para a evolução dos preços por produto, verifica-se que aquilo que está a provocar mais a manutenção da taxa de inflação a níveis baixos é o sector do turismo. Provavelmente por causa das infeções, da saída de Portugal da lista verde britânica e da dificuldade em atrair clientes, os preços na hotelaria têm estado a cair”, explica Teresa Gil Pinheiro, analista do departamento de estudos do BPI, contactada pela mesma publicação
De acordo com os dados do INE, os preços dos serviços de alojamento no passado mês de junho foram 24,7% menores do que os aplicados no mesmo mês do ano anterior. Com uma queda semelhante surgem o transporte aéreo de passageiros, cujo preço diminuiu 36,5% face ao ano passado, e as férias organizadas, que ficaram 21,6% mais baratas.
No entanto, e como indica o ‘Público’, são vários os bens e serviços que ficaram, durante o último ano, substancialmente mais caros. O maior destaque vai, “sem surpresa para combustíveis, que no passado mês de junho estavam 19,2% mais caros do que no mesmo período do ano anterior, em consequência da evolução dos custos do petróleo nos mercados internacionais”.
“Seguros de saúde, apostas, livros, brinquedos, bicicletas e mesmo vestuário (que nos anos anteriores revelou uma tendência de descida) estão entre os bens com subidas significativas de preços durante o último ano”, conclui o mesmo jornal.