Polónia e Hungria mobilizam-se para bloquear acordo migratório da União Europeia

A Polónia vai bloquear o acordo migratório da União Europeia, que estabelece uma distribuição solidária dos fluxos migratórios, assim como uma quota para requerentes de asilo recolocados e uma contribuição comum de 20 mil euros por migrante rejeitado: a intenção foi avançado pelo primeiro-ministro polaco, Mateusz Morawiecki, que referiu motivos de “segurança nacional” para se opor ao pacto comunitário.

O Parlamento Europeu vai ainda discutir o texto do regulamento final mas Varsóvia – assim como Budapeste – pretende bloquear a legislação em Estrasburgo. “A UE está a tentar obrigar a Polónia a aceitar imigrantes ilegais de outros países ou a fazer-nos pagar”, referiu o primeiro-ministro polaco. “Enquanto o PiS [o ultraconservador Direito e Justiça] estiver no poder, não permitiremos que isso aconteça”, acrescentou Morawiecki.

O Governo polaco já garantiu que se vai mobilizar para inviabilizar o acordo – Varsóvia assegura que o novo regulamento, que se pauta pela premissa “solidariedade flexível mas obrigatória”, vai contra o princípio voluntário que Varsóvia defendeu na política migratória.

Os ministros do Interior da UE concordaram, na passada quinta-feira, com um quota de 30 mil realocações por ano entre os Estados-membros ou uma contribuição financeira ou logística quantificável para o ‘bolo comunitário’.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, também se opôs ao acordo e afirmou que a sua adoção vai contra a decisão do povo húngaro. “Bruxelas não pode abusar do seu poder. Ninguém pode dizer aos húngaros com quem temos de viver”, comentou na rede social ‘Facebook’.

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