Política de “tolerância zero” da China para combater Covid-19 afasta empresas americanas e europeias
As câmaras do comércio dos Estados Unidos e da União Europeia na China dizem que as empresas estão a reconsiderar os seus investimentos nesse país asiático. Subsistem preocupações sobre os impactos negativos que os confinamentos estão nos seus negócios, numa quadro de grande incerteza.
O presidente da Câmara de Comércio Americana na China explicou à ‘Bloomberg’ que os confinamentos em várias cidades para combater surtos de coronavírus, incluindo em Xangai, que alberga o porto mais movimentado do mundo, deverão causar o decréscimo do volume de investimento de empresas norte-americanas no país, ao longo dos próximos cinco anos.
Michael Hart explicou, no entanto, que isso não implica que as empresas vão começar a abandonar de imediato o mercado chinês. Mas as empresas deverão começar a procurar alternativas aos fornecimentos vindos da China, para minimizar as perturbações nas suas cadeias de abastecimento.
Por outro lado, a Câmara de Comércio da União Europeia salienta que vários dos seus membros estão a suspender os seus planos de investimento e começam a considerar deixar o país.
Massimo Bagnasco, vice-presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, explica, de acordo com o mesmo órgão de comunicação social, que a incerteza é a principal causa das preocupações das empresas e que não é possível prever a duração dos confinamentos na China, nem saber que cidades serão afetadas.
Um inquérito divulgado no dia 12 de maio pela Câmara de Comércio Alemã na China revela que 28% dos seus funcionários estrangeiros têm planos para deixar o país devido às políticas chinesas para combater a Covid-19. Ainda, o relatório demonstra que 73% das empresas detêm operações em zonas em total ou parcial confinamento, com especial destaque para a região de Xangai.