Polícia chinesa a patrulhar a Hungria? Acordo entre Orbán e Xi Jinping ameaça a segurança da UE

Durante a Conferência Política de Ação Conservadora (CPAC) nos Estados Unidos, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, lançou um apelo veemente contra os “globalistas”, instando à luta contra uma “batalha interna” que ameaça o futuro da civilização ocidental. Este discurso agressivo contrasta com a sua postura colaborativa em relação à China, suscitando crescentes preocupações de segurança na União Europeia (UE).

Recentemente, foi divulgado um acordo secreto entre a Hungria e a China que permite a polícias chineses patrulhar em território húngaro. Este pacto, assinado em março entre Wang Xiaohong, ministro para a Segurança Pública chinês, e Sándor Pinter, ministro do Interior húngaro, visa a “melhorar a comunicação entre os cidadãos e as autoridades” e “reforçar a segurança interna e o ordenamento público”.

No entanto, esta iniciativa, que arrancará já este verão, representa uma significativa erosão da soberania e segurança da UE, escreve o El Español. A presença policial chinesa em solo europeu suscita preocupações sobre a extensão do poder e influência da China no continente, potencialmente comprometendo os direitos individuais e a privacidade dos cidadãos europeus.

A Alemanha, país que exerce uma influência significativa na política europeia, expressou alarme perante o acordo húngaro-chinês. O diário Die Welt comparou a iniciativa húngara à presença policial chinesa na Sérvia, onde a polícia chinesa já patrulha cidades e zonas turísticas.

Tompos Márton, do partido centrista húngaro Movimento Momentum, alertou para os potenciais riscos à segurança na Hungria e na UE. A presença de polícias chineses poderia representar uma ameaça direta aos dissidentes chineses que residem na Hungria e aos valores democráticos europeus.

UE em Alerta: A Necessidade de uma Resposta Coordenada

Renovar Europa, o grupo parlamentar liberal do Parlamento Europeu, instou a Comissão Europeia a investigar se a atividade policial chinesa cumpre as normas da UE sobre Estado de Direito, segurança e proteção das minorias. Há um consenso crescente de que a UE deve agir de forma unificada para abordar esta ameaça emergente, assegurando que os direitos e a segurança dos cidadãos europeus sejam protegidos.

A aliança estratégica entre Orbán e a China, com a permissão de patrulhas policiais chinesas em solo húngaro, constitui um desenvolvimento alarmante que coloca em risco a segurança e soberania da União Europeia.

À medida que a China intensifica os seus esforços para estender a sua influência global, a UE enfrenta o desafio crucial de proteger os seus valores, interesses e cidadãos em face de crescentes ameaças à sua integridade e segurança.

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