PJ detém 19 residentes em Lisboa que recebiam dinheiro para ‘emprestar’ moradas de casa a imigrantes ilegais

A Polícia Judiciária deteve, esta quarta-feira, 19 pessoas, residentes na cidade de Lisboa, que a troco de dinheiro atestavam numa declaração que centenas de imigrantes sem documentos e em situação ilegal, vindos do Bangladesh e da Índia, estavam a residir nas casas dos suspeitos, para que desta forma fossem emitidos atestados de residência, que permitisse aos imigrantes regularizar a sua situação em Portugal.

A Junta de Freguesia da Penha de França detetou as declarações falsas e denunciou os casos às autoridades em 2022, segundo adianta o Jornal de Notícias, e agora não se sabe o paradeiro das centenas de imigrantes que foram legalizados com o esquema.

Os residentes em Lisboa, detidos e indiciados por vários crimes, cobravam entre 10 a 20 euros por atestado.

Os detidos, com entre 18 e 60 anos, são suspeitos de crimes de associação de auxílio à imigração ilegal, auxílio à imigração ilegal e falsificação de documentos. Vão ser esta quinta-feira presentes a primeiro interrogatório em tribunal, onde ficarão a conhecer as medidas de coação.

O cabecilha desta rede era um cidadão indostânico, também detido, e na casa do qual foram encontrados mais de 1600 falsos atestados de residência, que eram passados aos imigrantes.

Uma das cinco mulheres detidas pela PJ, e que residia em Penha de França, passou atestados de morada a 600 imigrantes, e teve um lucro com o esquema de até 12 mil euros. É ainda procurado um suspeito, que escapou à PJ.

Caso estas declarações fossem verdadeiras, significaria que, em cada uma das residências referidas nos atestados, viviam centenas de pessoas na mesma casa.

A operação contou com a participação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e foram feitas 18 buscas domiciliárias, nas moradas que os detidos forneciam à Junta de Freguesia de Penha de França.

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