Perto de 70% dos pensionistas recebe reforma abaixo de mil euros

Um inquérito recente conduzido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) trouxe à luz dados preocupantes sobre a situação dos pensionistas em Portugal. De acordo com os resultados divulgados ontem, cerca de 70% dos 1,1 milhões de pensionistas por velhice recebem uma reforma que não ultrapassa os 1000 euros.

Mais alarmante nos dados, assinala o Correio da Manhã, ainda é o facto de que a maioria destes beneficiários tem pensões que não excedem os 600 euros.

A divulgação desses números coincidiu com o Dia Mundial da Segurança Social, sublinhando a importância de avaliar os regimes estatutários de proteção social e o impacto na qualidade de vida dos beneficiários após a sua transição para a situação de pensionistas.

Segundo o inquérito do INE, a decisão de se aposentar é frequentemente tomada perto à idade legal de reforma, que em 2023 era de 66 anos e quatro meses. Dos entrevistados entre 65 e 69 anos, 73,4% solicitaram a reforma por velhice. Este número aumenta para 94% entre os entrevistados com idades entre 70 e 74 anos.

Outro dado relevante destacado no estudo é a relação entre o nível de escolaridade dos pensionistas e o valor da pensão. Aproximadamente 70% dos beneficiários de pensões superiores a 2000 euros possuem formação superior.

No momento da transição para a reforma, 57,5% dos entrevistados afirmaram ter deixado de trabalhar imediatamente após receberem a primeira pensão de velhice. Dentre esses, 67,2% mencionaram como motivo a elegibilidade ou a idade para beneficiarem da pensão, enquanto 16,4% citaram razões de saúde ou invalidez para interromperem sua vida profissional.

O inquérito também apontou que cerca de 46,5% dos pensionistas continuaram a trabalhar após receberem a primeira pensão devido a “dificuldades financeiras” em viver apenas com o valor da prestação recebida. Além disso, 30,8% continuaram ativos por desejo de se manterem produtivos, enquanto 10,9% mencionaram a “necessidade de se manterem socialmente integrados” como justificação para permanecerem no mercado de trabalho.

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