Os talentos mundias da MCDonald`s Portugal
A MCDonald’s portugal é um case mundial de “criação” de talentos. Facto que levou a executive digest à conversa com cinco profissionais que, neste momento, desempenham funções em diferentes mercados daquela que é das maiores companhias de retalho alimentar do mundo. para tentar perceber, também, o que é que a mcdonald’s portugal tem que outras subsidiárias não têm
Nos últimos anos, são já vários os nomes portugueses que, tendo iniciado as suas carreiras na McDonald’s em Portugal, se têm vindo a destacar na empresa além- -fronteiras. O mais recente é mesmo presidente da Zona Este da McDonald’s nos EUA: Mário Barbosa! O profissional confirma a existência de muito valor no mercado português e o facto de a McDonald’s, a nível global, ter «a capacidade de reconhecer essa capacidade lusa». Isabel Andrade, directora Financeira da McDonald’s Espanha, lembra que «a McDonald’s Portugal formou líderes que cresceram com a marca, em todas as vertentes», sendo que as oportunidades de carreira na marca são «uma realidade».
Opinião idêntica tem Isabel Brito, Corporate Relations manager para a região de Western Europe Foundational Markets, que sublinha estar em causa «um exemplo nacional, e além-fronteiras, de desenvolvimento e aposta nas pessoas». Também John Alves, actual presidente e director-geral de Espanha reitera que têm sido «vários os portugueses que, tendo iniciado as suas carreiras na McDonald’s em Portugal, se têm destacado na empresa além-fronteiras», o que confirma «a solidez do talento nacional». Tudo isto é, em muito, resultado da tenacidade e dedicação dos quadros portugueses, características que por vezes só sobressaem num «ambiente e organização propícios para as desenvolver e realçar», considera Pedro Sousa, director global Quality Systems – Agricultural Products at McDonald’s Corporation.
Isabel Andrade
Directora financeira da MCDonald’s Espanha
Isabel Andrade, 56 anos, é, desde 2016, directora Financeira da McDonald’s Espanha. Após sete anos na banca de investimento, Isabel ingressou na McDonald’s Portugal em 1993 como directora Financeira e de IT. Entre 2004 e 2007 alargou as suas responsabilidades à área de Desenvolvimento e de 2013 até ingressar no mercado espanhol, acumulava a Direcção Financeira, IT e Franchising. Diz ter ponderado e avaliado a decisão ao longo de seis meses. O facto de conhecer bem a casa, de gostar de abraçar desafios e de saber que «a McDonald’s Portugal forma líderes que cresceram com a marca», como diz, só poderia fazer com que aceitasse. «Mais de 90% dos gerentes de restaurantes McDonald’s em Portugal começaram a sua carreira como funcionários nos restaurantes e cerca de 50% dos colaboradores da sede da McDonald’s em Portugal iniciaram a sua carreira nos restaurantes, ocupando hoje lugares de destaque em várias áreas da empresa, quer em Portugal, quer no estrangeiro», conta, sublinhando: «A grande vantagem de trabalhar num país mais pequeno é ter a capacidade de estar mais envolvido em todas as áreas do negócio. Também permite compreender de forma mais rápida o impacto das nossas decisões».
1. Confesso que foi algo que surgiu naturalmente, sem que estivesse à espera. Era directora Financeira da McDonald’s Portugal quando o Mário Barbosa, na altura director-geral em Portugal, assumiu este cargo em Espanha e me convidou a juntar à sua equipa, no país vizinho.
2. No meu caso, trata-se claramente da dimensão. O mercado espanhol é muito maior, estamos a falar de três vezes mais restaurantes, e de uma equipa mais descentralizada onde é necessário delegar mais. É uma aprendizagem fantástica.
3. A maior dificuldade foi conhecer o mercado e os franquiados espanhóis para entender a sua realidade, porque é muito importante não aplicar aquilo que sabemos e que funcionou num país, sem compreender o novo contexto em que estamos a viver. No entanto, ao fim de algum tempo e graças a uma equipa fantástica, ganhei a confiança necessária para poder aportar a minha experiência e contribuir para os resultados do país.
4. Posso assumir que foi uma decisão muito ponderada, demorei quase seis meses a decidir, por tudo o que a mesma implicou a nível pessoal. Mas tinha mesmo de seguir em frente e aceitar, pois, gosto muito de desafios.
5. Acredito que não vale a pena fazer previsões. O que tiver de ser, será…
6. Claramente que sim. A McDonald’s faz a diferença em qualquer parte do mundo. Trabalho na McDonald’s há 25 anos e não tenho um dia igual ao outro. Não o tinha em Portugal, e não tenho agora em Espanha.
7. Ao longo destes 27 anos, a McDonald’s Portugal formou líderes que cresceram com a marca, em todas as vertentes. As oportunidades de carreira na McDonald’s são uma realidade. Prova disso é que mais de 90% dos gerentes de restaurantes McDonald’s em Portugal começaram a sua carreira como funcionários nos restaurantes; e cerca de 50% dos colaboradores da sede da McDonald’s em Portugal iniciaram a sua carreira nos restaurantes, ocupando hoje lugares de destaque em várias áreas da empresa, quer em Portugal, quer no estrangeiro. Esta é uma realidade transversal ao universo McDonald’s: reconhecer e valorizar as pessoas.
8. A grande vantagem de trabalhar num país mais pequeno é ter a capacidade de estar mais envolvido em todas as áreas do negócio. Também permite compreender de uma forma mais rápida o impacto das nossas decisões e, por exemplo no caso da McDonald’s, permite estar mais perto dos franquiados que são os nossos grandes parceiros.
Quando se passa de um país com a dimensão de Portugal para um país como Espanha, aprende-se a aceitar (ainda mais) as diferenças culturais entre os mercados onde a marca opera e também a trabalhar mais através das equipas, porque não podemos estar envolvidos directamente da mesma forma.
Em termos pessoais, é uma experiência muito interessante, que nos tira da nossa zona de conforto e nos obriga a estar muito mais atentos a tudo, a voltar a fazer muitas coisas como se fosse a primeira vez… E permite, obviamente, aprender uma nova língua e imergir numa nova cultura, o que nos torna mais “ricos”.
9. Que o papel de um responsável pela área financeira numa Equipa de Direcção tem de ser o de contribuir para que se tomem as melhores decisões, em qualquer das áreas do negócio. Procurar a simplicidade dos processos, e manter o foco naquilo que é importante, são características que me têm acompanhado ao longo de todo o meu percurso profissional. Levei-as comigo, até ao país vizinho, pois acredito na sua importância para atingirmos os nossos objectivos.
10. Que é muito importante trabalhar em equipa, procurando que todos estejam alinhados com a estratégia da companhia e com os objetivos propostos, e que os mesmos devem guiar toda a nossa “viagem”, mas sem nunca esquecer que estamos a trabalhar com pessoas, e para pessoas.
11. No meu caso, não tenho a família comigo – o percurso académico e/ou professional dos meus quatro filhos, e a carreira do meu marido, não o permitiram. Mas Madrid está “aqui ao lado”, por isso venho regularmente a Portugal… e eles também têm aproveitado para conhecer melhor Madrid.
Isabel Brito
Corporate Relations Manager para a região de Western Europe Foundational Markets
Isabel Brito, 46 anos, está há 21 na McDonald’s Portugal. Licenciada em Comunicação Empresarial e com MBA Internacional em Comunicação e Liderança, ingressou na companhia, em 1997, na fase de expansão da marca em Portugal. Desempenhou funções no Departamento de Comunicação da McDonald’s Portugal e foi nomeada, recentemente, Corporate Relations manager para a região de Western Europe Foundational Markets, onde se insere Portugal, estando responsável por 15 mercados. De 1994 a 1996 foi account na agência de Comunicação Emirec.
Diz que «o desafio de acompanhar, apoiar e desenvolver uma marca mundial, através de um forte cunho local», foi dos motivos que pesou na decisão de validar e abraçar convite. E não hesita em reconhecer o facto de o talento português ser «reconhecido no universo McDonald’s». Não é só ao nível dos quadros da empresa, «como também dos franquiados e até de fornecedores». Uma das maiores lições que leva hoje da companhia? «A importância da parceria»!
1. A McDonald’s é uma empresa que, efectivamente, investe nas suas pessoas. E eu sou um excelente exemplo disso pois, apesar de estarmos num mercado relativamente pequeno, Portugal sempre foi um exemplo na exportação de talento de diferentes formas. Em 2003 fui convidada para o Global Communications Council (um grupo de 12 membros internacionais da McDonald’s que desenvolvia a estratégia global para a marca), no ano em que Portugal foi escolhido como o melhor Departamento de Comunicação da Europa. Foi uma excelente oportunidade que consegui conciliar com a minha função no mercado português e com a minha vida pessoal. Esta foi a minha primeira experiência internacional.
Entretanto, desde o ano passado que estou a desempenhar a função de Corporate Relations manager para a região de Western Europe, no segmento dos Foundational Markets.
2. O desafio de acompanhar, apoiar e desenvolver uma marca mundial, através de um forte cunho local. No meu caso, em que trabalho com mercados tão diferentes como Portugal, Nórdicos, Israel ou Marrocos.
3. Manter a relevância para os consumidores em cada mercado, tendo em conta as suas diferenças culturais, talvez seja o maior desafio…
4. O meu desenvolvimento pessoal, e profissional, sempre foi um projecto partilhado com a McDonald’s. Era claro que, na fase de desenvolvimento da marca em Portugal, existiria a possibilidade de explorar essa aprendizagem e foi o que aconteceu em 2017.
5. Embora tenha uma função internacional, estou baseada em Portugal (em alternativa a Chicago ou Londres), o que me permite manter ligada ao nosso País.
6. Claramente! Não é por acaso que a McDonald’s Portugal recebeu tantos prémios (internos e externos) como melhor Empresa para Trabalhar. É, sem dúvida, um exemplo nacional, e além-fronteiras, de desenvolvimento e aposta nas pessoas. Em especial, uma aposta nos portugueses.
7. É gratificante verificar como o talento português é reconhecido no universo McDonald’s. E não é só ao nível dos quadros da empresa, como também dos franquiados e até de fornecedores. Os portugueses têm, de facto, muito valor no mercado empresarial.
8. A escala é muito diferente, assim como a cultura e os hábitos locais. No entanto, é a experiência que adquirimos ao nível local que nos permite transpor o nosso know-how além-fronteiras.
Temos a capacidade de fazer e fazer bem, a capacidade de pensar e antecipar tendências, e a capacidade de inovar e ser criativo, ao mesmo tempo que mantemos sempre o exemplo de rigor, profissionalismo e competência.
9. Criatividade e rigor. São características necessárias para desenvolver uma marca num contexto cada vez mais exigente de mercado.
10. A importância da parceria. A McDonald’s é uma empresa assente no trabalho em parceria com as equipas, fornecedores e franquiados.
11. Sem dúvida, embora esse seja o factor que me levou a ficar sedeada Portugal.
John Alves
Presidente e Director-Geral de Espanha
John Alves, 45 anos, assumiu a liderança do mercado espanhol, com efeitos a 1 de Março de 2018. Com 15 anos de percurso na marca, ingressou na McDonald’s Portugal em 2003, como gestor de Marketing. Em Setembro de 2008 foi nomeado director de Marketing para a região Sul da Europa. Em 2011 regressa a Portugal como director de Marketing e Comunicação e em 2014 é promovido a vice-presidente de Food, Strategy & Insight para a McDonald’s Europa. Até à sua nomeação para dirigir a McDonald’s Espanha, John Alves desempenhava a função de vice-presidente de Marketing dos mercados com alto potencial de crescimento, que incluem Espanha, China, Itália, Polónia, Rússia, Coreia, Suíça e Holanda.
Tem aceite, sempre, todos os desafios que a companhia lhe tem vindo a lançar, ao longo dos anos. Até porque defende que «uma carreira internacional oferece muitas vezes desafios em funções diferentes que contribuem para um acumular de experiências que prepara melhor para um espírito de mudança e adaptação constante».
No caso da McDonald’s em Portugal, lembra o facto de, nos últimos anos, terem sido vários os portugueses que «se têm destacado na empresa além- -fronteiras». E sugere explicações: «O facto de Portugal ser um país mais pequeno, e com orçamentos mais limitados, desafia-nos, diariamente, a criatividade e capacidade de fazer muito com pouco (…) Um país pequeno exige agilidade e eficiência de recursos, o que obriga a uma visão mais alargada do negócio e, em consequência, uma capacidade de gestão mais abrangente».
1. Para quem trabalha numa multinacional, julgo que a aspiração de uma carreira internacional, em alguma fase da vida, faz parte do desenvolvimento profissional.
2. Claro que na mudança de um país mais pequeno para um mercado de dimensão maior, o desafio não só é maior como diferente, pois exige uma gestão de recursos e realidades distintas. Para além disso, uma carreira internacional oferece muitas vezes desafios em funções diferentes que contribuem para um acumular de experiências que nos prepara melhor para um espírito de mudança e adaptação constante.
3. Ao longo do meu percurso de 15 anos na McDonald’s já assumi diferentes funções. Antes de assumir o cargo de director- -geral em Espanha, fui responsável por vários mercados da região da Europa, cada um com as suas especificidades, que não podemos descurar. Pensar global a uma escala local é, sem dúvida, a maior exigência e dificuldade que uma função internacional encerra em si.
4. A verdade é que, até hoje, tenho sempre aceite todos os desafios lançados pela McDonald’s. E sinto-me muito grato, e orgulhoso, pela empresa me ter vindo a reconhecer esse valor.
5. Não faço previsões. Sei que o percurso natural numa companhia multinacional, como o é a McDonald’s, é continuar a dar o nosso contributo em mercados onde a empresa acredite que podemos fazer a diferença e acrescentar valor.
6. Apesar de sermos uma marca global procuramos sempre preservar as características locais, respeitando os valores de cada mercado, considerando as suas especificidades e desenvolvendo o negócio de forma adaptada a cada realidade local. Com elevado grau de autonomia, esta dinâmica é muito própria da McDonald’s e é algo que nos diferencia de muitas outras multinacionais.
7. Nos últimos anos têm sido vários os portugueses que, tendo iniciado as suas carreiras na McDonald’s em Portugal, se têm destacado na empresa além- -fronteiras, confirmando a solidez do talento nacional. É um orgulho, enquanto português, ver o nosso trabalho reconhecido desta forma.
8. O facto de Portugal ser um país mais pequeno, e com orçamentos mais limitados, desafia-nos, diariamente, a criatividade e capacidade de fazer muito com pouco. Obviamente que isto nos prepara para desafios maiores. Um país pequeno exige agilidade e eficiência de recursos, o que obriga a uma visão mais alargada do negócio e, em consequência, uma capacidade de gestão mais abrangente. Creio que esta visão mais abrangente é uma mais valia no contexto empresarial do século XXI.
9. Para mim há dois ensinamentos chave. O primeiro é conhecer muito bem o mercado onde estamos inseridos e não dar por adquirido que a nossa experiência anterior será necessariamente a solução para outro mercado, mesmo em circunstâncias similares. Temos de conhecer os seus objectivos e as expectativas dos seus consumidores. Cada mercado é “um mundo”. Colocar os consumidores no centro de tudo o que fazemos é fulcral para uma marca como a nossa. O segundo ensinamento é o talento. Conhecer bem um mercado, e saber responder aos desafios, exige pessoas de elevada performance, agilidade mental e vontade contínua de aprender, bem como de ensinar.
10. Ouvir: ouvir o consumidor, as equipas, os fornecedores. Nunca deixar de ouvir
11. A gestão familiar nem sempre é fácil mas, felizmente, tenho tido sempre muito apoio de todos, em especial durante os muitos anos de viagens constantes. Esse apoio é igualmente importante nos momentos em que mudamos de país, pois é um novo desafio para todos os elementos, e que há que vivê-lo de forma muito unida.
Mário Barbosa
Presidente da zona este da MCDonald’s nos Estados Unidos Da América
Mário Barbosa, 47 anos, é, desde Março, presidente da Zona Este da McDonald’s nos EUA. Há 19 anos na McDonald’s, Mário Barbosa foi presidente e director-geral da McDonald’s Espanha desde Outubro de 2014, num dos mercados mais importantes para a McDonald’s a nível europeu, com mais de 510 restaurantes e cerca de 24 mil colaboradores. O percurso de Mário Barbosa na McDonald’s iniciou-se em 1999, como responsável de Marketing, e desempenhou o cargo de director-geral da McDonald’s Portugal, entre 2008 a 2014, altura em que foi convidado a dirigir o mercado espanhol.
Não foi a primeira vez que saiu do País. Talvez não seja a última. Sempre com a família ao lado. Acredita que assim se pode crescer e diz que o que tem exportado consigo «é a importância de, como líder, ser capaz de definir uma visão clara para a organização, comunicá-la de forma simples e, depois, motivar e inspirar a equipa para tirar o melhor de si, com vista à obtenção de resultados».
1. Sem dúvida, foi surgindo. Era director-geral de Portugal, em 2014, quando surgiu o convite para Espanha. Confesso que me sentia muito bem em Portugal, mas o estímulo de trabalhar fora era algo que me aliciava bastante, também. Por isso, foi com muito gosto que aceitei o desafio que me permitiu ser, durante quatro anos, presidente e director-geral da McDonald’s Espanha. Entretanto, assumi o cargo de Presidente da Zona Este da McDonald’s nos EUA.
2. Por um lado, o desafio que a dimensão e escala trazem. O mercado português é relativamente mais pequeno (164 restaurantes) quando comparado com Espanha (mais de 500) ou EUA (mais de 14.000). Por outro, a oportunidade de conhecer realidades distintas do ponto de vista de consumidor, intensidade concorrencial e posição competitiva da marca. Por fim, a possibilidade de ter uma visão mais global da companhia e liderar equipas muito distintas do ponto de vista cultural.
3. Há sempre um período de adaptação, quer a nível pessoal, quer profissional. A nível pessoal, a rápida adaptação da família representa um desafio e uma prioridade. A nível profissional, destaco a adaptação à nova realidade do mercado, a assimilação da cultura empresarial e a adopção de novas formas de trabalhar, individualmente ou em equipa.
4. Sou uma pessoa que gosta de desafios. Para além disso, este convite é também um sinal de reconhecimento das nossas capacidades de liderança. Não sou o primeiro caso de um português a ocupar funções noutros mercados da McDonald’s. Temos já vários exemplos de sucesso.
5. Não faço previsões. Enquanto sentir que estou a acrescentar valor e a McDonald’s continuar a acreditar no meu trabalho, estarei aqui para aceitar os desafios.
6. Faz toda a diferença. A McDonald’s é a maior empresa de restauração do mundo e a 4ª maior empregadora mundial. Por esta nossa dimensão, não há dois dias iguais. A McDonald’s sempre privilegiou o diálogo com os consumidores, como forma de acompanhar a evolução das suas preferências e tendências. Foi por esta razão que a marca foi sempre capaz de se reinventar e é isso que torna tão atractivo fazer parte desta grande equipa.
7. Nos últimos anos, têm sido vários os portugueses que, tendo iniciado as suas carreiras na McDonald’s em Portugal, se têm destacado na empresa além- -fronteiras, confirmando a solidez do talento nacional. Temos muito valor em Portugal e a McDonald’s, a nível global, tem tido a capacidade de o reconhecer.
8. Sim, trabalhar em Portugal é muito diferente dos EUA. Não estou com isto a querer dizer que é pior. Um mercado mais pequeno tem a grande vantagem de nos permitir ser mais ágeis e rápidos nas repostas às necessidades dos consumidores. Por outro lado, a menor dimensão torna o mercado ideal para testar inovações e poder validar soluções a adoptar em mercados maiores. A grande desvantagem é, obviamente, a menor visibilidade a nível internacional bem como a falta de escala para atrair recursos, que permitiriam um crescimento mais acelerado.
9. Nós, portugueses, somos reconhecidos pela capacidade de adaptação e liderança em situações difíceis, o que representa uma grande mais-valia qualquer que seja a dimensão do mercado de trabalho. O que tenho exportado comigo é a importância de, como líder, ser capaz de definir uma visão clara para a organização, comunicá-la de forma simples e, depois, motivar e inspirar a equipa para tirar o melhor de si, com vista à obtenção de resultados.
10. Perceber que a forma como se gere o negócio, e se lideram equipas, é diferente de mercado para mercado. As diferenças culturais devem ser respeitadas e exigem de nós esta capacidade, extra, de interligar as diferentes culturas aos valores mundiais da marca.
11. Sem dúvida que tem sido fundamental a minha família me acompanhar (a minha mulher e os meus três filhos) em cada uma destas “aventuras”. Devo cada vitória e sucesso, também a eles.
Pedro sousa
Director Global Quality Systems – agricultural products at mcdonald’s corporation
Pedro Sousa, 38 anos, é, desde Outubro de 2016, director global Quality Systems – Agricultural Products at McDonald’s Corporation. Licenciado em Engenharia Alimentar pela Universidade Católica Portuguesa, ingressou na McDonald’s Portugal em 2004 como consultor para a área de Qualidade. Em 2013 iniciou a sua carreira internacional na companhia como European Quality Lead – Produce Category e, em 2015, passou a senior manager Global Quality Systems – Agricultural Products.
O objectivo de ter uma função internacional estava desenhado há muito. Mais precisamente, confidencia, desde o primeiro momento em que passou a fazer parte da grande família McDonald’s. Neste momento, contudo, tem o «melhor dos dois mundos», já que apesar de assumir uma função internacional, continua a viver em Portugal.
E o que é que a McDonald’s Portugal tem que outras companhias não têm, Pedro? «Diria que está muito relacionado com a tenacidade e dedicação. São características dos portugueses, mas que por vezes necessitam de um ambiente e organização propícios para as desenvolver e realçar. É isto que a McDonald’s proporciona».
1. Desde que iniciei o meu percurso na McDonald’s, em 2004, e após perceber de que forma se encontrava estruturada toda a organização, que defini como objectivo vir a desempenhar uma função a nível internacional.
2. Uma carreira internacional permite uma exposição a uma variedade de culturas, diferentes formas de trabalhar e diferentes organizações. Obviamente que estes pontos influenciam o nosso método de trabalho e a forma como olhamos para o Mundo, não só do ponto de vista profissional como também pessoal. Exige de nós a capacidade de nos adaptarmos às diferentes realidades e ambientes organizacionais com que contactamos.
3. Ter uma responsabilidade global implica que em todos os momentos existem situações para resolver, mercados que necessitam de suporte e fornecedores que requerem a nossa atenção. É extremamente exigente mas, ao mesmo tempo, desafiante e motivador. Temos que definir estratégias globais e ter sensibilidade para a forma como serão adaptadas e implementadas, localmente, em cada país do Mundo. É aqui que as diferenças culturais e organizacionais se fazem sentir mais.
4. Sempre aceitei todos os desafios que permitissem desenvolver a minha carreira internacional. Era um objectivo claro, por isso nunca tive dúvidas que era o que queria.
5. Neste momento tenho o melhor dos dois mundos: tenho uma função internacional, mas posso continuar a viver em Portugal. Apesar de viajar durante cerca de 40% do meu tempo, no final regresso sempre a casa.
6. Não tenho dúvidas que sim. Sendo a maior empresa do mundo neste ramo, o que fazemos tem muitas vezes um impacto em toda a indústria. Também devido à nossa dimensão, permite-nos ter acesso e contacto com as maiores empresas do ramo alimentar, o que é extremamente enriquecedor.
7. Diria que está muito relacionado com a tenacidade e dedicação. São características dos portugueses, mas que por vezes necessitam de um ambiente e organização propícios para as desenvolver e realçar. É isto que a McDonald’s proporciona.
8. Existe muitas vezes a ideia que é mais fácil trabalhar em países mais pequenos. Não é a realidade. Os desafios, os objectivos e a exigência são os mesmos, mas por vezes desenvolvidos com menos recursos. A McDonald’s Portugal é um exemplo de liderança no desenvolvimento de iniciativas, assim como na sua implementação. Sem dúvida que a capacidade de actuação é limitada ao país, mas permite adquirir um conhecimento profundo dos aspectos locais do nosso negócio, nomeadamente do funcionamento dos restaurantes, e a relação com os consumidores. Este conhecimento é essencial quando se exercem funções globais.
9. A necessidade de sermos capazes de nos adaptarmos a diferentes situações e não estarmos condicionados a um determinado modelo de trabalho ou conceito.
10. Perceber as diferenças culturais e as particularidades de cada mercado antes de tirar conclusões é fundamental, quando se desenvolve trabalho com vários países. Diferentes formas de trabalhar não são sinónimo de que uma seja mais correcta que a outra. Apenas são formas diferentes de actuar para atingir o mesmo objectivo.
11. É essencial. Quando aceitamos este tipo de desafios há um impacto considerável na nossa vida pessoal.
Tem que ser uma decisão da família e não uma decisão individual. É a única forma de tudo funcionar.