‘Operação Maestro’: escutas entre Júlio Magalhães e Manuel Serrão duraram meses e dão conta de negócios suspeitos

As escutas telefónicas entre Júlio Magalhães e Manuel Serrão duraram meses, feitas pela Polícia Judiciária do Porto, deram indicações às autoridades para lançar a ‘Operação Maestro’, no qual procuraram em documentos as provas do que já suspeitavam, indicou esta quinta-feira o ‘Correio da Manhã’.

A vida de luxo de Manuel Serrão não passou despercebida, um forte indicador de um alegado esquema criminoso para a obtenção de fundos europeus, muitas vezes com o recebimento através de faturação falsa e serviços fictícios.

Manuel Serrão, depois de ter vendido a sua casa em Matosinhos ao ex-pivot da ‘TVI’, mudou-se durante meses para o Hotel Sheraton, no Porto: a estadia, que custou mais de 370 mil euros, foi paga através de dinheiro europeu.

O Ministério Público acredita que o jornalista terá simulado serviços que não prestou a empresas lideradas por Manuel Serrão – seria a compensação por ser testa de ferro de alguns dos negócios do empresário: era sócio em pelo menos três empresas, cuja atividade era na verdade gerida por Manuel Serrão, como são as ‘Modmood’, ‘House of Learning’ e da ‘No Trouble’, nas quais constava como acionista ou como sócio-gerente.

O MP destacou ainda que Júlio Magalhães escrevia artigos para o ‘Jornal T’, pago de forma fraudulenta e com recurso ao ‘saco azul’ onde caíam os fundos europeus recolhidos nos últimos anos.

Além dos dois principais suspeitos, também a designer Katy Xiomara terá sido paga através de fundos europeus, através da Seletiva Moda, e surge na investigação ao desvio de fundos europeus – o seu nome surge nos mandatos do Ministério Público, onde se indicou que colaborava igualmente com o ‘Jornal T’, destinado a divulgar a industria têxtil e vestuário em Portugal.

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