Operação Influencer: Ventura diz que há “pressão, uma espada sobre o tribunal para” absolver António Costa

O líder do partido Chega, André Ventura, manifestou preocupação esta quinta-feira quanto à existência de uma “pressão civil” para ilibar o ex-primeiro-ministro António Costa no âmbito da Operação Influencer, alegando que tal pressão poderia estar relacionada com a sua possível nomeação para cargos europeus. Ventura fez estas declarações aos jornalistas, defendendo também uma investigação parlamentar aos negócios do lítio e do hidrogénio.

“Nós não sabemos o que vai acontecer com a Operação Influencer. Acho que há um sinal que é preocupante, que é uma pressão enorme na sociedade civil” para “ilibar António Costa, coisa que não aconteceu com outros políticos envolvidos e com outros processos”, afirmou André Ventura.

“Parece que há uma pressão, uma espada sobre o tribunal a dizer ‘absolvam-no lá rápido, porque ele tem de ir para o Conselho Europeu’. Ora, nós ou temos uma justiça igual para todos, ou não temos”, acrescentou o líder do Chega, sublinhando a importância da imparcialidade e da equidade no sistema judicial, e reforçando que “não pode haver uma justiça para primeiros-ministros e outra para portugueses”, e comparando o caso ao de José Sócrates e a Operação Marquês, quando neste último caso não se pede que seja absolvido rapidamente, ainda “que sejam diferentes”.

No entanto, Ventura ressalvou que não acredita numa “tentativa da Presidência, muito menos do tribunal, de fazer branqueamento”. “Acho é que há uma pressão civil nesse sentido”, insistiu o presidente do Chega.

Para além das questões relacionadas com António Costa, Ventura defendeu que “o Parlamento deve fazer uma investigação profunda sobre os negócios do lítio e do hidrogénio” de forma independente “das questões judiciais que afetam António Costa” Vítor Escária, ou outros”, e admitiu que esperava entendimento com o PSD nesse sentido.

Estas declarações de André Ventura surgem num contexto de crescente debate público sobre a transparência e a integridade das instituições políticas e judiciais, bem como sobre a necessidade de esclarecer potenciais conflitos de interesse em negócios estratégicos para o país.

“No fim, quando o processo terminar, tirarmos conclusões, após a Justiça fazer o seu trabalho”, concluiu Ventura.

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