OMS considera incluir medicamentos contra a obesidade na lista de ‘essenciais’

Os medicamentos que combatem a obesidade podem, pela primeira vez, ser incluídos na ‘lista de medicamentos essenciais’ da Organização Mundial de Saúde (OMS), utilizada para orientar as decisões de compra do governo em países de baixo e médio rendimento.

Este pedido, feito por três médicos e um investigador dos Estados Unidos da América (EUA), está a ser revisto pelo painel de consultores da OMS, que vai apresentar uma lista atualizada de medicamentos essenciais, em setembro, avança a Reuters.

Em consideração está o princípio ativo liraglutido, presente no fármaco para a obesidade Saxenda da Novo Nordisk (NOVOb.CO), que sairá em breve da patente permitindo assim versões genéricas mais baratas.

Ainda que não seja certo se a sugestão será aceite ou se os especialistas vão esperar por mais provas, caso o medicamento Saxenda e eventuais genéricos forem incluídos na lista, estaremos perante uma nova abordagem à obesidade global por parte da agência de saúde das Nações Unidas.

Em cima da mesa, está também a hipótese de o tratamento mais recente e forte da Novo Nordisk, apelidado de Wegovy, ser recomendado para países de baixo e médio rendimento no futuro. No entanto, alguns especialistas em saúde pública advertem contra a sua introdução de forma demasiado ampla como solução para uma condição complexa, que ainda não é completamente conhecida.

“A obesidade é um problema de saúde cada vez mais importante em muitos países”, alertou um porta-voz da OMS ao salientar que “os medicamentos para o tratamento da obesidade são apenas uma questão da gestão, sendo a prevenção também crucial”.

Apesar de serem tidas em conta as evidências já existentes, pode também ser feita uma avaliação mais ampla de outros tipos de tratamentos para a perda de peso no futuro por parte dos peritos, informou a OMS.

De referir que mais de 650 milhões de adultos em todo o mundo são obesos, mais do triplo da taxa registada em 1975, e aproximadamente mais 1,3 mil milhões estão acima do peso, salientou a OMS ao destacar que 70%, ou seja, a maioria vive em países de baixo e médio rendimento.

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