OE2022: “Este orçamento é muito comedido”, defende Deloitte

Renato Carreira da consultora Deloitte considerou hoje, em entrevista à TVI24 que a proposta de Orçamento do Governo para 2022 (OE2022) é “comedida”.

No que toca ao desdobramento do IRS, o especialista defende que “é uma medida positiva, porque não agrava a tributação para ninguém e permite o alívio fiscal para algumas pessoas, que não é igual para todos, entre os 50 e 200 euros por agregado, segundo as nossas contas”.

Renato Carreira entende, no entanto, que “podíamos ter tido uma redução maior, esta é sinal que é dado mas continua a ser uma redução pequenina”.

Quanto ao IRS Jovem, “esta é uma medida com caráter positivo, mas é um benefício que vale a pena se tiverem salários para pagar impostos”.

Confrontado com as palavras proferidas por João Leão de que este é o Orçamento que regressa ao caminho da retoma iniciada em 2016, o especialista discorda da expressão “acréscimo global”, já que estas medidas vão apenas beneficiar um grupo reduzido de pessoas, ainda que não prejudique todas.

“Assim como orçamentos anteriores temos poucas margens para reduzir receitas” e neste, apesar da previsão de crescimento económico “robusto” de 5,5%, “temos de reduzir o nosso défice para 3,3%”, o que para o especialista tem como consequência “que a folga da receita seja canalizada sobretudo para a redução do défice e não tanto para o alivio fiscal”.

Na apresentação do exercício orçamental para 2022, o Ministro das Finanças, João Leão garantiu que este é um orçamento direcionado para as famílias com filhos, criando-se uma “garantia para a criança”, composto por medidas que visam reforçar o apoio ao rendimento destas famílias.

“Através desta medida será reforçado o abono de família do 1.º e 2.º escalão”, sublinhou João leão, acrescentando que em 2022 serão garantidos 600 euros anuis para crianças até aos seis anos, e 492 euros para crianças com mais de seis anos. “Em 2023 todas as crianças atingirão o montante anual de 600 euros anual”.

No que respeita ao combate à pobreza infantil, até 2023, cada criança em situação de pobreza receberá 1200 euros por ano, 100 euros por mês, o que implica um aumento fortíssimo no abono de família para estas crianças. paraq 2022 assegura-se desde já 840 euros. “Uma família em situação de pobreza extrema vê assim reforçado o apoio”, colocando Portugal no topo dos países europeus no que respeito ao apoio de crianças em situação de pobreza extrema.

“São medidas que permitem melhorar substancialmente as suas prestações, ajudando-as a romper com o seu ciclo de pobreza”, sublinhou o Ministro das Finanças.

 

 

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