OE2021: Economia portuguesa pode “piorar bastante”, alertam especialistas

Segundo apurou o terceiro barómetro de 2020 da Ordem dos Economistas, com base numa antevisão do OE2021, nomeadamente em matéria fiscal, o cenário macroeconómico futuro em que se baseará o Orçamento não é consensual. Ainda assim, para a maior parcela de inquiridos (44%), a economia irá piorar, 24%, mais pessimistas, acreditam que irá piorar bastante, contrastando com 23% que antecipam uma melhoria, 1% uma melhoria substancial e os restantes 8% que permanecerá igual.

Em termos das medidas mais importantes de carácter estrutural a adotar em 2021, as políticas referentes à recuperação económica foram selecionadas por 76% dos membros, seguidas pelo apoio à contratação e ao emprego (52%), de incentivos ao aumento do investimento (49%) e do alívio da carga fiscal (46%).

Com menos representatividade, surgem as reformas ao nível da melhoria dos serviços públicos (23%), a redução do peso do estado na economia (21%), espelhando a necessidade de uma ação mais intervencionista, a diminuição da dívida pública (15%) e a reforma da segurança social (15%).

Relativamente a alterações à carga fiscal, 45% das respostas apontam para que estes se mantenham em níveis idênticos aos atuais. Cerca de um quarto dos membros (24%) antecipam um aumento, mas 31% esperam uma diminuição.

Ainda em matéria fiscal, relativamente a alterações específicas aos principais impostos e contribuições, as perspetivas são para uma manutenção das taxas da TSU, IVA, IRC, IRS e Património (IMI, IMT) – apresentadas por ordem decrescente de nível de confiança. Com uma perspetiva de aumento surgem os impostos especiais de consumo, relativos a bebidas alcoólicas, tabaco e combustíveis.

Caminho para a recuperação

Na ótica da recuperação, a atual crise deverá ser o momento para a reestruturação e realinhamento estratégico da economia portuguesa, transformando os problemas em oportunidades, definindo o foco e as áreas prioritárias de alocação do investimento, defendem os especialistas, no Barómetro.

De acordo com os resultados, a prioridade máxima deverá ser o reforço da competitividade e das medidas de atração de investimento. A reindustrialização e a aposta na inovação surgem em segundo lugar, seguidas pela aposta na tecnologia e digitalização e pela qualificação e formação.

Já num nível de prioridade inferior, é salientada a importância da redução dos custos de contexto, o investimento em infraestruturas (portos e ferrovia), a sustentabilidade/ ecologia e a coesão territorial.

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