O poder das emoções positivas
As histórias e exemplos práticos sobre as interacções no local de trabalho e a influência que têm nas nossas vidas e nas dos que nos rodeiam deveriam ser suficientes para tornar “o seu balde está cheio? ” em leitura obrigatória
Curto e simples q.b., “O seu balde está cheio?” é um resumo de 50 anos de investigação sobre o tema da influência que as interacções positivas e negativas, às quais nos expomos e aos outros, afectam relacionamentos e produtividade no local de trabalho.
Neste bestseller do The New York Times, Tom Rath e Donald O. Clifton dão pistas claras de como as emoções positivas têm um papel preponderante no desenvolvimento pessoal e das organizações, ao utilizar a metáfora da pá e do balde para explicar o poder de desenvolver e cultivar emoções positivas.
“Cada um de nós tem um balde invisível que está constantemente vazio ou cheio, dependendo do que os outros nos dizem ou fazem. Quando o nosso balde está cheio sentimo-nos bem. Quando está vazio, sentimo-nos muito mal”. Por outro lado, cada um de nós tem igualmente uma pá invisível, que enche os baldes dos outros e o nosso quando a nossa interacção é positiva e que os esvazia quando agimos ou dizemos algo que afecta negativamente.
De facto, e segundo o livro, o principal motivo para as pessoas abandonarem os seus empregos é precisamente o facto de não se sentirem estimadas.
A análise realizada pelos autores descobriu que os indivíduos que recebem reconhecimento e elogios de forma regular aumentam a sua produtividade individual; aumentam o compromisso entre os seus colegas; têm mais probabilidades de se manter na sua organização; têm classificações mais elevadas de lealdade e satisfação por parte dos clientes; têm melhores registos de segurança e menos acidentes de trabalho.
Tim Rath, um dos autores, explica brevemente, em entrevista por escrito à Executive Digest, o que fazer perante um colega que esvazia constantemente o nosso balde ou por que é que os elogios são raros no local de trabalho.
As emoções positivas têm um impacto mais forte do que as negativas? Porquê?
De facto, quase todas as provas que tenho visto sugerem que cada interacção negativa tem uma influência mais forte do que cada interacção positiva. Como estas interacções negativas podem ser muito mais prejudiciais e influenciadoras, a maioria das pessoas precisa de, pelo menos, três, quatro ou cinco interacções positivas apenas para compensar a negativa e regressar à neutralidade.
Os CEO ou executivos de hoje estão preparados para implementar a teoria do “balde cheio”?
Sim, em grande medida porque sabem que é bom para coisas como a retenção, compromisso e produtividade. Mas os melhores líderes também sabem que simplesmente cria um melhor relacionamento com as pessoas com quem estão diariamente.
Como é que se pode contrariar as atitudes negativas dos colaboradores extremamente negativos ou activamente descomprometidas?
Uma técnica óbvia é ignorar ou evitar pessoas que constantemente nos deitam abaixo. Contudo, a opção mais desafiante é tentar e reverter as suas atitudes para uma direcção positiva, talvez focando-nos nos seus talentos naturais e no que fazem bem.
No livro refere que os elogios são raros no trabalho. Por que é que isto acontece?
Penso que estamos todos muito ocupados nos nossos trabalhos e parar para elogiar alguém requer tempo e esforço. É por isso que precisamos de mais sistemas e lembretes para garantir que os elogios e o reconhecimento são mais comuns nos locais de trabalho.
É possível criar “reservas nos baldes” na idade adulta ou é extremamente importante que o balde comece a encher na infância?
É possível, em qualquer idade, construir uma reserva de emoções positivas que ajudem a superar tempos mais difíceis.