O “milagre económico” da Rússia: Putin desafia previsões do ocidente ao avaliar a resistência russa

Diante prognósticos sombrios e previsões de desastre, a economia russa surpreende o mundo ao resistir e até mesmo prosperar. Enquanto as projeções ocidentais apontavam para um colapso do PIB entre 8% e 11%, a Rússia registou uma queda modesta de apenas 1,2% em 2022.

Contrariando as expectativas apontadas pelos analistas de uma depressão prolongada, não só a economia russa retomou o crescimento em 2023, como continua com previsões de constante melhoria.

E porque é que as previsões ocidentais falharam tão significativamente ao avaliar a economia russa? A resposta é complexa, mas envolve tanto erro de cálculo nas projeções quanto a resiliência surpreendente da economia russa.

Os países ocidentais subestimaram a capacidade da Rússia de resistir, demonstrando a dificuldade em isolar um país com a dimensão da Rússia, com parcerias estratégicas e com uma preparação para situações de isolamento económico.

Elina Ribakova, economista do Instituto Peterson de Economia Internacional, destaca três principais razões para a resiliência da economia russa. Primeiro, o sistema financeiro russo estava suficientemente preparado para enfrentar sanções bancárias e financeiras, acumulando reservas e diversificando os seus recursos desde a crise na Crimeia em 2014. Em segundo lugar, a Rússia, como um país rico em recursos energéticos e com vasto território, desfrutou de receitas substanciais provenientes das exportações de petróleo e gás, especialmente em parceria com a China. Por fim, a contabilidade do PIB, que inclui investimentos em setores como defesa, pode gerar crescimento, embora não se traduza necessariamente em melhoria direta na qualidade de vida dos cidadãos, revela o ‘elEconomista’.

Apesar das sanções massivas impostas após a invasão da Ucrânia em 2022, a economia russa recuperou completamente em 2023, registando um crescimento de 3,6%. Projeções do JP Morgan e do Fundo Monetário Internacional (FMI) indicam que esse crescimento continuará, com previsões otimistas para os próximos anos.

No entanto, especialistas alertam que uma parte significativa desse crescimento é impulsionada por investimentos maciços no setor de defesa, gerando uma “miragem contábil” que mascara desafios estruturais e potenciais riscos a longo prazo.

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