Novo manual escolar russo de História já inclui guerra na Ucrânia e ensina que Kiev “atacou primeiro” e a mando da Nato

Um novo manual escolar russo, destinado aos alunos do 10.º e 11.º ano de escolaridade naquele país, está a gerar polémica, por já incluir a guerra na Ucrânia como um dos temas e capítulos a ser ensinado aos estudantes. O livro estabelece que a Ucrânia “atacou primeiro” a Rússia.

Jornalistas do portal Sota tiveram acesso a imagens do manual escolar e divulgaram-nas através da rede social Telegram.

Nos textos, citados pelo jornal independente Meduza, é explicado que o ocidente e a Ucrãnia “atacaram primeiro, com a Rússia como alvo” e “como um ponto de apoio da Nato”, ou seja, a ‘mando’ da Aliança Atlântica.

No manual, lê-se que a janeiro de 2022, Moscovo soube que a Ucrânia, com o apoio do Ocidente, estava a preparar “uma operação militar de grande-escala para capturar o Donbass e a Crimeia”, o que forçou a Rússia a “tomar medidas preventivas”.

O objetivos destas ‘medidas’, segundo é explicado aos alunos na Rússia, eram “libertar Donetsk e Lugansk de bombardeamentos diários, assegurar a sua soberania e a desmilitarização e desnazificação da Ucrânia”.

No final do capítulo em que é explicado o conflito na Ucrânia, é apresentada uma citação do antigo ministro soviético Vyacheslav Molotov, sem qualquer contexto, que se refere a um ataque da Alemanha contra a União Soviética, aquando da II Guerra Mundial: “A nossa causa é justa! O inimigo vai ser derrotado! A vitória será nossa”, lê-se.

O manual escolar é da autoria de Vyacheslav Nikonov, um deputado da Duma, o parlamento russo, do Partido Unido da Rússia, e por Sergey Devyatov, conselheiro do diretor do Serviço de Proteção Federal russo.

O novo livro vai trazer mudanças no currículo a ser lecionado aos alunos russos , que entrarão em vigor já a 1 de setembro deste ano. No entanto o livro não será obrigatório, sendo que os docentes poderão optar por outros que, entretanto, venham a ser publicados já com a inclusão do novo capítulo da História da Rússia.

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